Publicado em: 20/12/2024 às 11:10hs
De acordo com o 12º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), divulgado nesta sexta-feira (20) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), os preços da cebola nos principais mercados atacadistas apresentaram uma queda de 4,35% em novembro. Essa diminuição contraria a tendência registrada em anos anteriores, quando, normalmente, os preços do produto aumentam no período. O resultado é atribuído à oferta abundante da cebola, que influenciou diretamente a redução nas cotações desde abril deste ano.
As chuvas registradas no final de 2023 e início de 2024 nas regiões produtoras, especialmente em Santa Catarina, afetaram a produtividade das lavouras, reduzindo a produção nacional. Esse cenário favoreceu a entrada da cebola importada, que, somada à escassez da produção interna, resultou no aumento dos preços, com pico registrado em abril. “Essa valorização do produto pode ter contribuído para a maior destinação de áreas para o cultivo de cebola em outros estados, como o Nordeste, cuja safra aumentou a área plantada e contou com a alta produtividade beneficiada pelo clima favorável”, explicou Juliana Torres, gerente de Produtos Hortigranjeiros da Conab.
Após dois meses consecutivos de alta, o preço do tomate registrou uma queda de 5,27% em novembro, em comparação com o mês anterior, devido a uma oferta suficiente para atender à demanda. Por outro lado, os preços de alface, cenoura e batata aumentaram, com destaque para o alface, cuja alta foi de 43,91%. O aumento nos preços da alface se deve principalmente às chuvas constantes nas áreas produtoras, que dificultaram a colheita e o transporte, resultando em uma oferta reduzida. No caso da cenoura, a elevação foi de 11,58%, impulsionada pela menor quantidade disponível nos mercados atacadistas, embora os preços ainda estejam abaixo dos níveis registrados em 2023. A batata teve uma elevação mais modesta, de 3,55%, devido à menor oferta em novembro.
Entre as frutas, o mamão foi a única a registrar aumento nos preços, com uma alta de 24,4% na média ponderada, devido à redução da colheita e chuvas que atrasaram a disponibilidade. Já a banana teve queda de 1,61%, apesar de uma oferta menor, em razão da entressafra e da concorrência com outras frutas. A laranja registrou uma leve queda de 3,13%, iniciando uma reversão da curva de preços que se intensificou desde julho. A maçã também teve uma leve redução de 1,48%, devido à finalização dos estoques nas classificadoras e à concorrência com outras frutas. A melancia apresentou a maior queda entre as frutas, com uma redução de 6,83%, em função da diminuição na comercialização e da redução da demanda.
Entre janeiro e novembro de 2024, o volume de hortigranjeiros exportados foi de 954,5 mil toneladas, o que representa uma queda de 4,53% em comparação com o mesmo período de 2023. No entanto, o faturamento das exportações manteve-se estável, com um total de U$S 1,21 bilhão (FOB), sem grandes variações em relação ao ano anterior.
Destaques: Aumento na Procura por Produtos para as Festas de Final de Ano
O boletim também trouxe como destaque a alta procura por produtos hortigranjeiros nas Centrais de Abastecimento devido às festas de Natal e Ano Novo. Além disso, foi abordado o Encontro Nacional dos Dirigentes de Ceasas, realizado em novembro, pela Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento (Abracen), em Mato Grosso do Sul.
Os dados do boletim são coletados nas Centrais de Abastecimento de diversas cidades, como São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, entre outras, que juntas comercializam uma significativa parte dos hortigranjeiros consumidos no Brasil. As análises completas podem ser acessadas no Portal da Conab.
Fonte: Portal do Agronegócio
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