Publicado em: 28/03/2024 às 07:30hs
A descarbonização na cadeia produtiva do cacau é crucial para mitigar os impactos das mudanças climáticas, promover a sustentabilidade ambiental e garantir a viabilidade a longo prazo do setor. Isso inclui a redução das emissões de gases de efeito estufa em todas as etapas da produção, desde o cultivo até a comercialização.
E é pensando nisso que, a Nestlé Brasil e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), apoiado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), estão com o edital “Inovação em Alimentos: Transformando o Futuro do Sistema Alimentar” aberto.
O aporte é de R$ 6,25 milhões, sendo R$ 5 milhões da Nestlé e R$ 1,25 milhão do SENAI. Um dos objetivos da chamada é encontrar soluções para problemas relacionados ao sequestro e redução da pegada de carbono.
A chamada tem como público-alvo Institutos Senai de Inovação, Institutos de Ciência e Tecnologia – ICT’s e universidades (públicas ou privadas), empresas da cadeia de valor do setor de alimentos e bebidas, pequenas e médias e grandes empresas, startups, empresas de base tecnológica e agências de fomento para projetos de P&D+I, com CNPJ ativo. A inscrição, com o desenvolvimento das alianças e submissão das propostas de projetos deve ser feita até o dia 4 de abril de 2024, no site: senaipr.org.br/futuro-alimentar
Augusto de Souza da Silva, pesquisador do Instituto (IST) de Alimentos e Bebidas, de Belo Horizonte, aponta os principais gargalos do setor, que incluem: a emissão de gases de efeito estufa, o desmatamento, a degradação do solo e os desafios relacionados à produtividade e qualidade do cacau.
Considerando isso, para ele, é imprescindível investir em ações que reduzam os impactos ambientais. “Práticas sustentáveis na cadeia do cacau incluem o uso de agroflorestas, sistemas agroecológicos, manejo integrado de pragas e adoção de tecnologias de baixa emissão de carbono”, explica.
Em 2021, o Ministério da Agricultura lançou a Unidade Mista de Pesquisa e Inovação (Unipi-Cacau), em Ilhéus, na Bahia, com o objetivo de recuperar o mercado perdido nas últimas décadas e buscar a autossuficiência até 2030.
Para o pesquisador, o lançamento da unidade é um passo importante na busca pela revitalização do mercado. “No entanto, alcançar esse objetivo exigirá um esforço conjunto de diversos stakeholders, investimentos significativos em pesquisa, inovação e infraestrutura, além de políticas públicas eficazes e apoio governamental”, afirma.
Embora a aposta no cacau sustentável tenha ganhado mais força em 2023, a Nestlé Brasil tem apostado no manejo sustentável há alguns anos. A exemplo disso está o Nestlé Cocoa Plan, maior programa de sustentabilidade para cacau no Brasil, que trabalha o desenvolvimento social, ambiental e econômico nos estados da Bahia, Pará, Espírito Santo, Tocantins, Minas Gerais, Rondônia, Pernambuco e São Paulo.
O projeto apoia o aumento da produtividade dos mais de 4 mil produtores parceiros e tem o objetivo de alcançar 100% de cacau sustentável até 2025. O programa chegou ao Brasil em 2010 e, de lá para cá, diversas ações têm sido desenvolvidas com produtores de cacau, como: treinamentos aos agricultores sobre melhores práticas agrícolas; promoção da igualdade de gênero; orientações relacionadas ao cumprimento das leis e normas ambientais, trabalhistas e de direitos humanos.
O programa também oferece assistência técnica em todas as fazendas certificadas como Nestlé Cocoa Plan e paga um valor adicional pelo cacau sustentável adquirido. Assim, se desenvolve um relacionamento de longo prazo com grupos de agricultores. Além disso, o programa conta com ferramentas de geomonitoramento para garantir que não haja desmatamento nas áreas contempladas.
A companhia desenvolveu também o assistente virtual Theo, um chatbot para dar suporte constante aos cacauicultores, respondendo dúvidas técnicas sobre as fases de cultivo do cacau no campo, condições climáticas, preço médio do cacau e entre outras. O assistente virtual é uma iniciativa inédita para os agricultores, respondendo as dúvidas diretamente pelo WhatsApp, de forma interativa, dinâmica e gratuita pelo número: (27) 99901-1960.
Hoje, as marcas KitKat, Alpino, Talento, Prestígio, Baton, Passatempo, Nescau, Negresco, Chocolate Dois Frades, Tabletes Garoto e tabletes Nestlé são produzidas com cacau sustentável adquirido por meio do Nestlé Cocoa Plan.
Segundo Augusto, um case de sucesso na descarbonização da cadeia do cacau é a implementação de sistemas agroflorestais que combinam o cultivo de cacau com árvores nativas, reduzindo as emissões de carbono e promovendo a biodiversidade.
Além disso, o profissional reforça as principais vantagens em implementar ações sustentáveis. “A redução da pegada de carbono traz benefícios significativos para o meio ambiente, a indústria alimentícia e os consumidores finais, incluindo a mitigação das mudanças climáticas, a preservação dos recursos naturais, a melhoria da qualidade dos produtos, a promoção da saúde pública e a construção de uma imagem positiva da marca”, finaliza o pesquisador.
Acesse senaipr.org.br/futuro-alimentar e inscreva-se!
Fonte: Sistema Fiep/Senai PR
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