Fruticultura e Horticultura

Milho: Após dois dias com grandes quedas, cotações abrem a 4ªfeita subindo em Chicago

As principais cotações registravam altas entre 2,75 e 3,50 pontos por volta das 08h58 (horário de Brasília)


Publicado em: 14/08/2019 às 10:30hs

Milho: Após dois dias com grandes quedas, cotações abrem a 4ªfeita subindo em Chicago

Após acumular queda de 10% nos últimos dois pregões, a Bolsa de Chicago (CBOT) abre a quarta (14) com pequenos ganhos para os preços internacionais do milho futuro. As principais cotações registravam altas entre 2,75 e 3,50 pontos por volta das 08h58 (horário de Brasília). O vencimento setembro/19 era cotado à US$ 3,69 com alta de 3,50 pontos, o dezembro/19 valia US$ 3,80 com elevação de 3,50 pontos, o março/20 era negociado por US$ 3,93 com ganho de 3,50 pontos e o maio/20 tinha valor de US$ 4,01 com valorização de 2,75 pontos.

Segundo informações da Successful Farming, os grãos foram mais altos no comércio da madrugada, em meio ao otimismo de que a China continuará a comprar produtos agrícolas dos Estados Unidos e aos agricultores americanos que começaram a desmentir o relatório do USDA que apontou aumento da produção de milho nesta safra.

“Alguns agricultores, comerciantes e outros observadores do mercado estão céticos, dizendo que o USDA superou suas estimativas”, aponta o analista Tony Dreibus.

Para o analista de grãos da Farm Futures, Bryce Knorr, os números apontados pelo departamento na última segunda-feira são casos de mistério assim como as histórias de Agatha Christie ou Sherlock Holmes.

“O USDA chocou o mercado ao reportar ampliação no milho americano e os números não parecem ser compatíveis. A área deveria ter sido menor, isso é o que nossa pesquisa de agosto da Farm Futures descobriu. Os agricultores disseram que foram impedidos de plantar cerca de 12,3 milhões de bushels”, diz Knorr.

Confira como fechou o mercado na última terça-feira:

Milho: Cotações caem mais de 10% em dois dias após relatório do USDA

A terça-feira (13) chega ao fim com mais desvalorizações para os preços internacionais do milho futuro na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais cotações registraram quedas entre 10,25 e 19,25 pontos, fechando o segundo dia consecutivo de grandes perdas para o cereal.

O vencimento setembro/19 foi cotado à US$ 3,66 com queda de 19,25 pontos, o dezembro/19 valeu US$ 3,76 com baixa de 16,25 pontos, o março/20 foi negociado por US$ 3,90 com perda de 13,25 e o maio/20 teve valor de US$ 3,98 com desvalorização de 10,25 pontos.

Esses índices representaram perdas, com relação ao fechamento da última segunda-feira, de 4,94% para o setembro/19, de 4,08% no dezembro/19, de 3,23% para o março/20 e de 2,69% para o maio/20.

Levando-se em conta os dois últimos fechamentos, as cotações do cereal já acumulam mais de 10% de queda após a divulgação do último relatório do USDA.

Segundo informações da Agência Reuters, os futuros do milho da Bolsa de Chicago caíram pelo segundo dia consecutivo para o menor nível em três meses, com o inesperado impulso da revisão para cima da produção norte-americana.

“O USDA surpreendeu os mercados de grãos na segunda-feira, aumentando suas perspectivas para a produção de milho dos EUA neste ano, uma vez que reduziu a estimativa de plantações atingidas pela chuva em menos do que o esperado, enquanto aumentava sua projeção de safra”, diz Mark Weinraub da Reuters Chicago.

Em entrevista ao Notícias Agrícolas nesta terça-feira, o analista de mercado da Germinar Corretora, Roberto Carlos Rafael, destacou essa diferença entre a expectativa do mercado e a realidade apresentada pelo USDA em seu relatório.

“Houve um cenário esperado pelo mercado desde o mês de julho de que o USDA faria uma correção nos dados. O mercado falou muito que haveria essa correção no relatório de agosto, era uma pauta diária desde quando saiu o relatório de julho, mas ele frustrou essa expectativa com o USDA carimbando quase 20 milhões de toneladas a mais do que o esperado”, explica Rafael.

O analista comenta que nunca houve uma desconfiança tão grande com relação aos números apresentados pelo USDA, mas que a manutenção dos índices oficiais apontam que esta é a realidade da safra americana, e que o governo dos Estados Unidos não teria nenhum interesse em superestimar a produção do país e derrubar os preços, principalmente em meio as disputas comerciais com a China.

Diante deste novo cenário, a expectativa do analista é de que os preços do milho em Chicago permaneçam próximos dos US$ 3,60 por bushel, podendo chegar até em US$ 3,50 no ‘fundo do poço’, a não ser que haja alguma surpresa no desenvolvimento da safra daqui para frente, com as atenções voltadas ao clima no Cinturão do Milho pelos próximos 30 dias e no próximo relatório de setembro.

Mercado Interno

No mercado físico brasileiro, a terça-feira reagiu às movimentações internacionais e também apresentou desvalorização em diversas praças. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, não foram percebidas valorizações.

Já as desvalorizações foram percebidas nas praças de Assis/SP, Oeste da Bahia, Jataí/GO, Rio Verde/GO, Campinas/SP, Castro/PR, Ponta Grossa/PR, Palma Sola/SC, Pato Branco/PR (4,97% e preço de R$ 28,70), Porto Paranaguá/PR (5% e preço de R$ 38,00), Londrina/PR e Cascavel/PR (5,17% e preço de R$ 27,50), Brasília/DF e Ubiratã/PR (6,90% e preço de R$ 6,90).

A XP Investimentos apontou que o mercado físico ficou pressionado após a divulgação do USDA e do anuncio de que os Estados Unidos poderão ceder na nova tarifação contra a China.

O analista de mercado da Germinar Corretora, Roberto Carlos Rafael, disse ao Notícias Agrícolas que, como reflexo dessas movimentações, o Brasil, que terá grande produção de milho nesta safrinha e expectativa de estoques de passagem confortáveis, deve ter os preços cedendo para os produtores brasileiros.

“O grande formador de preços é a exportação e esses preços já caíram ontem. Se falava de algo em torno de R$ 40,00 antes do relatório e já veio para R$ 38,50 e isso vai refletir para o mercado interno também. O cenário é de queda em Chicago e a safrinha praticamente liquidada com ofertas maiores. A queda de preço vai preocupar o produtor e ele tem que pensar em fazer médias, mas infelizmente o cenário agora é baixista”, afirma Rafael.

Fonte: Notícias Agrícolas

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