A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG) e a secretaria municipal de Agropecuária de Belo Vale, apoiadas pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) e o Minas Rural, realizam na segunda-feira uma reunião com produtores de tangerina ponkan, no Sítio Geraldo Salvador, na localidade de Roças Novas de Baixo, em Belo Vale, para divulgar estratégias de prevenção contra o "greening", a pior doença dos citros.

Segundo o extensionista da Emater-MG em Belo Vale, Vladimir Eustáquio de Almeida, a doença é nova no Brasil, não existindo nenhum controle químico para erradicá-la, por isso a estratégia é preveni-la ou prorrogar o prazo de sua chegada às lavouras da região Central mineira. O "citrus greening" é uma doença causada por uma bactéria chamada "citrus greening bacterium", transmitida por um inseto minúsculo, da família da cigarrinha, que ataca a muda de tangerina infectada, hospedando a bactéria, e repassando-a para a muda sadia, através da picada.

O "greening" está fazendo grandes estragos nas lavouras de São Paulo e já chegou em Minas Gerais por meio de mudas enxertadas, adquiridas neste Estado. Vladimir Almeida informa que esta doença é a pior que já apareceu nas lavouras de citros. "Ela não tem controle e quando a planta é infectada, precisa ser eliminada totalmente.  diferente das outras doenças conhecidas, como o cancro e a pinta preta, que têm controle, mas que também merecem cuidados extremos", alerta.

Segundo o técnico, a doença já chegou às lavouras de Campanha, no Sul de Minas, uma das principais produtoras de tangerina ponkan no Estado, e já chegou em Bonfim, na região Central de Minas, cidade que faz limite com Belo Vale, Brumadinho, Piedade dos Gerais, Moeda e Jeceaba, onde concentram-se grandes lavouras de citros.

Belo Vale produz cerca de 3 mil toneladas de tangerina ponkan por ano, cultivadas por cerca de 250 produtores divididos entre pequenos e grandes, em três mil hectares de terra. "Os produtores estão preocupados com a nova ameaça", conta o extensionista.

Para Vladimir Almeida, por enquanto, o que o produtor pode fazer para evitar a chegada da doença é adquirir mudas enxertadas sadias, que podem ser encontradas no município de Dona Euzébia, no Sul de Minas, e eliminar a planta hospedeira do inseto transmissor da bactéria das proximidades da lavoura. "A murta é uma planta muito usada no paisagismo, mas como hospedeira do "greening", pode exterminar uma lavoura inteira de tangerina Ponkan", alerta.

Para deixar os produtores informados sobre a nova ameaça ao citros, na reunião com citricultores estão programadas palestras. A expectativa é que cerca de cem produtores participem da reunião.