Publicado em: 30/08/2013 às 15:00hs
O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) acenou a possibilidade de liberação de recursos – algo em torno de R$ 47 mil –, ainda este ano, para a efetivação de pesquisas agronômicas na cultura do quivi. O dinheiro será utilizado na realização de levantamento de campo e de análises iniciais de solo e para detecção de viroses e de fungos em laboratório. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), através de sua unidade Uva e Vinho, coordenará os estudos, dos quais participarão instituições como as universidades de Caxias do Sul e Federal do Rio Grande do Sul, a Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária do RS (Fepagro) e a Emater/RS-Ascar, além da empresa Proterra – Engenharia Agronômica.
O aceno foi feito pelo delegado federal do MDA no Estado do RS, Marcos Regelin, no Seminário técnico Cultura do quivizeiro em debate, realizado na tarde de terça-feira, dia 27, no auditório da Casa da Tecnologia (espaço do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e da Embrapa na Expointer 2013). Quem reporta o fato é um dos coordenadores do Seminário, o pesquisador da Embrapa Uva e Vinho Samar Velho da Silveira. O recurso, anota ele, viabilizará um primeiro mapeamento das condições da cultura do quivizeiro no Estado, dando subsídios para combater o maior problema que os produtores de Farroupilha, um dos maiores polos da fruta no país, enfrentam: a morte excessiva de plantas de quivi no campo. Relatada mais frequentemente há cerca de três anos, essa mortandade atingiu seu ápice na safra mais recente, em abril/maio, já tendo sido diagnosticada sua causa, o fungo Ceratocystis fimbriata.
O Seminário técnico Cultura do quivizeiro em debate, do qual participaram produtores, técnicos, pesquisadores e autoridades, foi um espaço para reiteração dos gargalos do setor, anota Silveira. Além da morte de plantas no campo, a cadeia produtiva confronta-se com a prática de oferta, pelos canais distribuidores, de quivi nacional quando este ainda não está suficientemente maduro. “Em alguns casos, produtores acabam vendendo a fruta, comprada por atacadistas, dois, três meses antes de ela atingir sua maturação ideal; assim, uma parcela dos frutos oferecidos ao consumidor não apresenta as condições ideais de sabor”, explica o pesquisador. “Cabe a todos, produtores, distribuidores e pesquisa, buscar soluções – como a identificação de cultivares mais precoces ou tardias aptas às principais regiões produtoras – para esse problema”. A propósito, comenta Silveira, a necessidade de uma maior integração entre instituições de pesquisa ou de extensão, empresas distribuidoras e produtores, na busca por soluções para a cultura do quivizeiro, foi uma das conclusões do Seminário.
Fonte: Embrapa
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