Publicado em: 08/05/2012 às 12:10hs
A partir de junho, estará disponível aos produtores rurais um programa para revitalizar a cultura cacaueira capixaba. O programa vai garantir crédito e repasse de mudas para a renovação das lavouras, além de esclarecer as normas ambientais para eliminar plantas doentes e reaproveitar o material retirado.
Participaram da elaboração das metas o secretário de Estado da Agricultura, Enio Bergoli, o presidente da Associação de Cacauicultores de Linhares (Acal), Maurício Antonio Buffon, o superintendente da Comissão Executiva de Planejamento da Lavoura Cacaueira (Ceplac) no Estado, Paulo Roberto Siqueira, o presidente da Associação de Produtores de Perobas (Aprupeba), Wilson Ferreira Silva, o diretor técnico do Instituto de Defesa Agroflorestal (Idaf), José Luiz Demoner de Almeida, a coordenadora de Fruticultura do Instituto Capixaba de Pesquisa e Extensão Rural (Incaper), Adelaide Costa, o coordenador do Programa Estadual de Fruticultura, Dalmo Nogueira, dentre outras autoridades.
O Governo do Estado, através da Seag, adquiriu, no ano passado, 150 mil mudas de cacau tolerantes à vassoura-de-bruxa, doença que ataca a lavoura e compromete a produção, para a formação de jardins clonais de multiplicação e para repasse a produtores cadastrados pela Ceplac e aos escritórios do Incaper dos municípios produtores. Para este ano, a Seag irá adquirir mais 150 mil mudas para a formação de novos jardins clonais e repasse aos produtores de base familiar.
De acordo com o secretário da Agricultura, Enio Bergoli, é importante ter um instrumento legal para proteger os produtores. “As ações propostas para a cacauicultura do Estado devem ter como premissa a continuidade da atividade gerando renda aos agricultores. Essa é a essência das ideias de apoio à manutenção da atividade em novas bases tecnológicas”, considerou o secretário.
Para conter o avanço da vassoura-de-bruxa, técnicos do Governo do Estado, da Ceplac e da Prefeitura Municipal vão orientar aos produtores as plantas contaminadas que deverão ser eliminadas e indicar a substituição por várias alternativas de modelos agroflorestais.
Em 20 de maio, um comitê vai apresentar a proposta de implementação de sistemas agroflorestais com acréscimo de outras culturas. Além disso, serão definidas as soluções legais para o corte de pés de cacau doentes e o que os produtores podem fazer com a madeira gerada.
Até o fim deste mês, a Seag vai ajustar com as instituições financeiras linhas de crédito específicas para atender os produtores interessados em renovar as lavouras. Uma das vantagens é o prazo para a quitação do débito, que poderá chegar a 20 anos, sendo oito de carência.
Ameaça à produção
O Espírito Santo ocupa o terceiro lugar entre os maiores produtores de cacau do Brasil, atrás dos estados da Bahia e Pará que ocupam, respectivamente, o primeiro e o segundo lugares. O Estado possui cerca de 20 mil hectares plantados com cacau e a atividade envolve aproximadamente mil produtores, cerca de 90% dessa área está no município de Linhares.
A produção capixaba de cacau caiu bastante nos últimos anos devido à doença vassoura-de-bruxa, que causa morte de ramos e queda na produção de cacau. A doença chegou ao Estado em 2001.
O município de Linhares é responsável por 85% da produção de cacau capixaba e é onde os esforços do programa de revitalização da lavoura cacaueira serão focados. Os produtores sentiram os efeitos da vassoura-de-bruxa no ano passado. A região, que produzia em média 12 mil toneladas de cacau, fechou 2011 com menos de cinco mil toneladas.
Fonte: Assessoria de Comunicação Incaper
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