Publicado em: 07/08/2025 às 12:00hs
Desde esta quarta-feira (6), entrou em vigor uma nova etapa da política tarifária dos Estados Unidos sobre produtos agroalimentares brasileiros. A medida estabelece uma sobretaxa adicional de 40% que se soma aos 10% já vigentes desde abril, elevando a carga tributária para até 50% sobre uma parcela significativa das exportações brasileiras de frutas frescas.
Entre os principais itens impactados pela tarifa estão manga, uva, gengibre, castanhas e suco de laranja. Contudo, o suco de laranja e as castanhas-do-Brasil foram excluídos da sobretaxa de 40%, permanecendo apenas com a tarifa inicial de 10%. Essa isenção parcial traz algum alívio ao setor citrícola e ao segmento de castanhas, mas não reduz a pressão geral sobre as exportações de frutas e hortaliças frescas brasileiras.
O aumento tarifário intensifica os desafios para a fruticultura exportadora, principalmente para produtores do Vale do São Francisco (frutas) e do Espírito Santo (gengibre). Com o custo maior para importadores americanos, espera-se renegociação de contratos, redução dos volumes embarcados e até suspensão das exportações em alguns casos.
Organizações do setor e o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) reforçam a necessidade de uma resposta diplomática rápida. Paralelamente, exportadores buscam alternativas de mercado, como ampliar relações comerciais com a União Europeia, Oriente Médio e países asiáticos.
No curto prazo, a manga é a principal preocupação do setor, sendo a fruta fresca brasileira mais exportada para os EUA. A tarifa de 40% entrou em vigor justamente quando a cadeia produtiva se preparava para os primeiros embarques da nova safra, ameaçando a viabilidade comercial desses lotes.
Além de sua perecibilidade e comercialização in natura, a manga enfrenta dificuldades para redirecionar grandes volumes a outros mercados devido à limitada capacidade de absorção externa. O setor espera que, caso a sobretaxa cause pressões inflacionárias nos EUA, haja uma possível revisão parcial para produtos não cultivados em escala no país, como a manga — um movimento semelhante ao que se espera para o setor cafeeiro.
Fonte: Portal do Agronegócio
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