Publicado em: 11/09/2025 às 08:30hs
O controle do psilídeo-dos-citros (Diaphorina citri), inseto transmissor da bactéria causadora do greening (Huanglongbing – HLB), passou por mudanças significativas nos últimos anos. Segundo o engenheiro agrônomo Hamilton Rocha, presidente do GCONCI – Grupo de Consultores em Citros, novas pesquisas permitiram identificar a fase ninfa do inseto como a mais crítica para a transmissão da doença.
“A quebra do ciclo reprodutivo do psilídeo trouxe um ganho enorme. O desafio é impedir que a praga se multiplique e contamine as plantas”, explica Rocha. Aplicações estratégicas de inseticidas sobre ninfas, combinadas com produtos que atuam sobre os adultos, podem aumentar a eficácia do controle em até 80%, se realizadas nos estágios iniciais das folhas (V1 a V4).
Dados do Fundecitrus indicam que a incidência do greening em laranjeiras subiu de 38% em 2023 para 44,35% em 2024. Plantas afetadas apresentam queda acentuada de frutos, deformações e perda de qualidade. “A planta bloqueia o transporte de seiva para os frutos, que acabam caindo ou ficando deformados. Nosso objetivo é reduzir essa perda e manter a seiva circulando, apesar da doença”, afirma Rocha.
O especialista ressalta que a inspeção rigorosa dos pomares é fundamental para definir as melhores estratégias de manejo. Fatores como clima, estágio da safra e fases dos insetos devem ser considerados. Além do controle químico, nutrição equilibrada das plantas, análises de solo e folhas e o uso de bioestimulantes fortalecem as árvores e aumentam a resistência a pragas e doenças.
“Bioestimulantes ajudam a planta a se defender em situações de estresse, como seca, ausência de chuvas ou ataque de doenças”, reforça Rocha.
Apesar da pressão crescente do greening, a previsão de safra do cinturão citrícola de São Paulo e Minas Gerais indica 314,6 milhões de caixas de 40,8 kg, um aumento de 36% em relação ao ciclo anterior (230,87 milhões de caixas). Rocha observa que, mesmo com crescimento da produção, a fruta tende a ser menor em algumas regiões devido à seca registrada entre fevereiro e abril, afetando principalmente os pomares das variedades precoces.
Fonte: Portal do Agronegócio
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