Fruticultura e Horticultura

Citricultores pedem reforço em apoio do governo

Os citricultores vão pedir ao governo federal mais recursos para os leilões de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural (Pepro) de laranja


Publicado em: 16/07/2014 às 16:50hs

Citricultores pedem reforço em apoio do governo

Os citricultores vão pedir ao governo federal mais recursos para os leilões de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural (Pepro) de laranja, feitos com o objetivo de regular os preços do produto no mercado interno. O Ministério da Agricultura já ofertou R$ 50 milhões na atual safra 2014/15 para esse tipo de operação (o suficiente para ajudar a escoar 14 milhões de caixas de 40,8 quilos da fruta), mas os produtores, principalmente os de São Paulo - onde as indústrias exportadores de suco se abastecem da maior parte da matéria-prima que usam -, almejam ao menos o dobro desse montante.

"Nos últimos leilões de Pepro, em 2012, o governo ofereceu R$ 160 milhões e usamos R$ 130 milhões. Seria bom se pudéssemos chegar próximo desse valor", disse Marco Antonio dos Santos, presidente da Câmara Setorial da Citricultura, após reunião ontem na sede da Sociedade Rural Brasileira (SRB), em São Paulo.

Na semana passada, a Conab realizou um leilão de Pepro que comercializou 1,4 milhão de caixas de laranja in natura de São Paulo. O volume correspondeu a 45% das 3 milhões ofertadas. Conforme Santos, a procura não foi maior porque o edital circulou muito rapidamente, e em meio à Copa do Mundo.

Os contratos de laranja precoce foram fechados nesta safra a R$ 8 por caixa, e os de tardia, a R$ 10. Os valores são superiores aos R$ 5 e R$ 7 de 2013/14, respectivamente, mas estão abaixo do mínimo de R$ 11,45.

Presente à reunião na SRB, o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Seneri Paludo, disse que o governo deverá aumentar o volume ofertado nos próximos leilões, até porque a colheita de laranjas precoces começou em junho. Ele afirmou que estão sendo feitos "ajustes finos" na subvenção. "Limitar a participação nos leilões a 10 mil caixas por CPF é bom, porque democratiza os recursos". Paludo ouviu pedidos para que os remates se estendam a mais Estados além de São Paulo. "Novos leilões deverão acontecer até agosto e, quiçá, setembro".

Para a Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR), que representa as grandes indústrias de suco que atuam no país (Cutrale, Citrosuco e Louis Dreyfus Commodities), há potencial para o processamento de 259 milhões de caixas em 2014/15, das 308,8 milhões que devem ser colhidas. Isso renderia 973 mil toneladas de suco, 14% mais que em 2013/14. "Mas nesse ano começou um movimento de redução de estoques, estimados em 517 mil toneladas de suco concentrado equivalente em 30 de junho e em 350 mil toneladas em 30 de junho de 2015", afirmou Ibiapaba Netto, diretor-executivo da CitrusBR.

Por ora, chama a atenção a demora no recebimento da laranja colhida, conforme Frauzo Sanches, presidente do Sindicato Rural de Ibitinga (SP). Ele diz que, na fila para a entrada nas indústrias, muitas cargas estão apodrecendo e sendo recusadas pelas indústrias de suco.

 

Fonte: Canal do Produtor

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