Publicado em: 11/11/2013 às 16:30hs
Com a proximidade do fim da primavera e início do verão, chega também a época das festas de fim de ano e com ela começa o planejamento da ceia natalina. E é nesse período de aquecimento do consumo que produtores de frutas apostam no crescimento das vendas em todo o país.
No interior de São Paulo, na região de Jundiaí, o produtor Antonio Roberto Losque espera triplicar o volume de frutas vendidas. Atualmente, ele produz maçãs, uvas, caquis, carambolas, seriguelas e goiabas, em uma área total de 12 hectares. “Com o aumento das temperaturas, o mercado já começou a se aquecer e agora, com a chegada do fim do ano e o pagamento do 13º, dá pra perceber um aumento no movimento”, diz o produtor, que também é presidente Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf).
Segundo Losque, a semana que antecede o Natal costuma ter maior demanda do que a semana pré-Réveillon. Por isso, ele recomenda que os consumidores não deixem para fazer suas compras na última hora. “O ideal é já deixar feita a encomenda das frutas da ceia, para levar à mesa produtos de qualidade, frescos e com boa aparência, explica.
Para quem deseja economizar, Flavio Godas, economista chefe da seção de economia e desenvolvimento da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), explica que o ideal é optar pelas frutas da estação, como ameixas, pêssegos, uvas, lichias, mangas e figos. Além dessas, ele explica que vale à pena comprar também produtos que estão disponíveis o ano todo, como laranjas, mamão e bananas. “Como nesta época a demanda por essas frutas cai, o preço acaba diminuindo também e pode significar uma boa economia para o consumidor”, explica. Além de mais baratas, as frutas da época, são, segundo Losque, mais vistosas e saborosas.
Nessa época do ano, cresce também a oferta e a demanda dos produtos importados, como as nozes, avelãs, figos, cerejas e damascos. Na Ceagesp, segundo Godas, de janeiro a outubro entre nacionais e importadas, entraram cerca de 1,44 milhão de toneladas de frutas, média de 144 mil toneladas ao mês. “Mas em dezembro, historicamente esse volume cresce entre 30% e 40%, assim como as vendas”, afirma o especialista.
A boa notícia é que de forma geral, os preços das frutas vêm se mantendo estáveis ao longo do ano, conforme explica Cloves Ribeiro Neto, gerente de inteligência comercial do Ibraf. “Nos últimos anos tivemos safras boas e condições climáticas favoráveis, que contribuíram para o aumento da oferta”.
Segundo Godas, de janeiro a outubro, o índice de preços das frutas acumulado variou apenas 0,15%, o que significa que, os gastos com frutas para a ceia serão bastante parecidos com os de 2012 para a maioria dos brasileiros. “Isso se deve às boas safras, sem perdas significativas na produção”. Mas Neto faz um alerta para o próximo ano. “No Nordeste, algumas regiões já sofrem com a queda no volume dos reservatórios de água para a irrigação, o que pode se traduzir na alta de preços caso não chova”.
Tecnologia e competitividade
Com tanta fruta disponível no mercado, o desafio do produtor para se manter competitivo passa pelo investimento em qualidade e tecnologia. Losque explica que com o aumento da competitividade, o produtor que não se atualiza acaba ficando para trás. “O consumidor está cada vez mais exigente com o que compra e nós precisamos ser mais do que produtores, precisamos ser profissionais, ter visão de negócio”. Por isso, ele considera que investimentos em melhora do manejo, tecnologia e qualificação de mão-de-obra são essenciais, já que além da concorrência nacional, os produtores também precisam competir com os produtos importados.
Por outro lado, Neto explica que o custo de produção de frutas, especialmente nas regiões produtores do Sudeste e Nordeste vem aumentando nos últimos anos, em decorrência de adoção de tecnologias e até de imprevistos climáticos. “Enquanto isso os preços seguem estáveis de forma geral. Por isso, o produtor que consegue produzir em maior escala, consegue diluir melhor esses custos”, avalia.
Fonte: Sou Agro
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