Publicado em: 02/12/2025 às 20:00hs
Os contratos futuros do cacau registraram queda nesta terça-feira (2) nas bolsas internacionais, refletindo a preocupação com o enfraquecimento da demanda global pelo produto. Em Londres, as cotações do cacau na ICE Futures Europe recuaram 57 libras, ou 1,4%, sendo negociadas a 4.036 libras por tonelada métrica.
Apesar do recuo, os preços seguem acima da mínima recente de quase dois anos, de 3.650 libras, atingida na semana passada.
De acordo com operadores do mercado, há expectativa sobre uma nova redução nas moagens de cacau durante a temporada 2025/26 (outubro a setembro), o que reforça a preocupação com o consumo industrial.
No ciclo anterior (2024/25), o processamento de cacau na Europa caiu 5,3%, refletindo custos elevados e margens mais apertadas para fabricantes de chocolate. Esse movimento tem contribuído para limitar o ímpeto de alta nos preços, mesmo diante de um cenário de oferta ainda ajustada.
Outro fator que pressiona as cotações é a melhora nas condições climáticas na Costa do Marfim, principal produtor mundial de cacau. As chuvas mais regulares observadas nas últimas semanas aumentam as projeções de produtividade para o final da safra 2025/26, o que pode elevar a oferta global da commodity.
Em relatório divulgado nesta terça, o Commerzbank destacou que a Organização Internacional do Cacau (ICCO) estima um excedente de 49 mil toneladas na safra 2024/25, após o grande déficit de 489 mil toneladas registrado em 2023/24.
O banco alemão avaliou que essa recuperação de oferta indica um ajuste mais lento do que o esperado e sugeriu que a forte queda dos preços nos últimos meses pode ter sido exagerada.
Na ICE Futures U.S., em Nova York, os preços do cacau acompanharam o movimento negativo e encerraram o dia em queda de 1,8%, cotados a US$ 5.455 por tonelada.
O mercado segue atento à evolução da demanda nos principais centros consumidores e às condições climáticas nas regiões produtoras da África Ocidental, que continuam determinando o ritmo de volatilidade da commodity.
Fonte: Portal do Agronegócio
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