Publicado em: 11/11/2025 às 18:20hs
Mesmo abrigando a maior floresta tropical do mundo, o Brasil representa apenas 1% do comércio global de produtos compatíveis com a floresta, segundo levantamento da ApexBrasil. O estudo reforça o potencial da biosocioeconomia amazônica e as oportunidades de expansão internacional de produtos sustentáveis.
A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) intensifica ações para fortalecer a economia sustentável da Amazônia. A iniciativa conecta riqueza natural, geração de renda e preservação ambiental, promovendo cadeias produtivas compatíveis com o manejo florestal.
O presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, ressalta:
“Estamos transformando produtos amazônicos em motores de uma nova economia — social, ambiental e economicamente sustentável.”
O estudo identifica cinco produtos com maior potencial de expansão no mercado internacional: castanha-do-Brasil, café, açaí, cacau e pescados.
A castanha-do-Brasil (Bertholletia excelsa) é símbolo da Amazônia, com alto valor nutricional e importância ecológica. Árvores centenárias sustentam a fauna e modos de vida tradicionais, mas a regeneração natural é lenta.
O café amazônico, desenvolvido pela Embrapa em Rondônia, alia alta produtividade e compatibilidade com a floresta. Segundo Viana, a produção é 50 a 100 vezes mais rentável que a pecuária, oferecendo alternativa econômica sustentável para pequenos produtores.
O açaí (Euterpe oleracea), tradicional na alimentação ribeirinha, conquistou o mercado global como superalimento. O produto movimenta milhares de famílias no Pará e Amapá e é peça-chave em sistemas agroflorestais e restauração de áreas degradadas.
“Com a COP30 no Brasil, teremos recursos inéditos para ampliar o impacto econômico e ambiental do açaí”, afirma Viana.
Originário da floresta amazônica, o cacau (Theobroma cacao) representa o renascimento de uma cultura econômica estratégica. Apenas 6% a 7% do valor do chocolate global vai para produtores locais, enquanto a maior parte é capturada por indústrias da Europa e EUA.
A Amazônia concentra 12% da água doce do planeta e 25% da biodiversidade global. Espécies como pirarucu, tambaqui e tilápia oferecem oportunidades de renda, proteína e exportação sustentável.
A ApexBrasil apoia projetos-modelo de manejo sustentável, especialmente na Bacia dos Solimões, onde comunidades extrativistas já lideram exemplos de sucesso.
“A piscicultura pode se tornar o maior ativo econômico da Amazônia, unindo conservação, produção de proteína e geração de renda local”, destaca Viana.
O trabalho da ApexBrasil demonstra que é possível gerar riqueza e conservar a floresta simultaneamente. Com a COP30 em Belém, o Brasil tem a chance de mostrar que desenvolvimento econômico e sustentabilidade podem caminhar juntos.
“A floresta pode ser nossa maior fonte de riqueza e equilíbrio climático. Cabe a nós transformar esse potencial em realidade”, finaliza Jorge Viana.
Fonte: Portal do Agronegócio
◄ Leia outras notícias