Fruticultura e Horticultura

ANAC certifica operações com helicóptero na agricultura

A aviação já desempenha um papel fundamental na aplicação de defensivos há mais de 90 anos no mundo e o Helicóptero no campo vem ganhando cada vez mais espaço devido à procura por um trabalho de maior precisão.


Publicado em: 15/02/2016 às 20:00hs

ANAC certifica operações com helicóptero na agricultura

No Chile, Austrália e EUA cerca de 30% das aplicações já são feitas com helicóptero, mas só agora a versatilidade desta máquina poderá ser usada a favor do produtor rural brasileiro.

A modalidade — conhecida como asa rotativa — até já foi usada no passado na área da agricultura brasileira, mas estava desativada há mais de 30 anos por uma série de fatores, entre os quais os custos e a viabilidade técnica para aprimorar o serviço. Com segunda maior frota de aviões agrícolas do mundo, as aplicações de defensivos, até agora, estavam restritas a aviões e por via terrestre. Com aeronaves mais modernas, o helicóptero volta então como opção para os agricultores que pretendem investir em pulverizações aéreas precisas e em locais de difícil acesso com o mesmo custo hora/hectare do avião.

Pela primeira vez, um helicóptero foi homologado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para fazer a pulverização de defensivos agrícolas no Brasil. A aeronave, modelo Robinson R44, tem um kit acoplado em sua parte inferior, equipamento homologado a partir de um acordo bilateral entre Brasil e Estados Unidos. Instalada em Monte Mor, na Região Metropolitana de Campinas, a Climb Aircraft Division obteve as certificações, inéditas no país, não apenas da aeronave e dos equipamentos, mas também do piloto.

“Pensando em todas as vantagens do uso do helicóptero para otimizar o trabalho no campo que o nosso centro aeronáutico de asas rotativas pretende homologar em breve o primeiro curso de piloto agrícola do Brasil”, diz o diretor executivo da Climb Aircraft Division, Ramiro leal. A empresa já foi certificada também como centro de manutenção de helicópteros modelos Robinson com a especialização agrícola e recentemente passou a fazer parte do Programa de Pontos da divisão agrícola da Bayer, companhia que atua em 120 países e tem importante participação no segmento agrícola.

Os aplicadores aéreos são profissionais altamente treinados para utilizarem aeronaves em sua maioria adaptadas ou fabricadas especificamente para o setor agrícola. Além de conseguir trabalhar em terrenos montanhosos, ter menor deriva e a capacidade de executar aplicações noturnas, o helicóptero permanece mais que 60% do tempo total aplicando durante os trabalhos, enquanto o avião agrícola permanece 35% e os meios terrestres menos de 30%. Para que a aplicação aérea seja mais assertiva, deve-se levar em consideração fatores como:

• Velocidade: aviões e helicópteros tem a capacidade de aplicar em uma hora o mesmo que equipamentos terrestres fariam em um dia. Apesar da maior velocidade, os aviões levam mais tempo para a execução de manobras. Além disso, as velocidades mais elevadas produzem mais "finos" (pequenas gotículas de solução química), o que aumenta a deriva indesejada, e resulta em menos produto a ser aplicado na área alvo.
• Condições Meteorológicas: Os helicópteros estão autorizados a operar em condições meteorológicas mais restritas que os aviões.
• Capacidade de Calda (produtos químicos): Aviões transportam de 300-800 litros de produto e helicópteros de 100-400, dependendo da aeronave. A versatilidade do helicóptero em pousar verticalmente em praticamente qualquer lugar, aliada a um caminhão — com baú reforçado que funciona como um ponto de pouso dentro da lavoura — equipado com sensores meteorológicos, combustível e produtos químicos, possibilita o reabastecimento no próprio campo, sem necessidade de translado até a pista mais próxima como acontece com o avião.

Curiosidades:

- Secagem de frutos: prevenir o apodrecimento ou manchas. Ex: cerejas (primeira utilização do helicóptero nos EUA, no Estado de Oregon, na década de 40).
- Utilizar o "efeito downwash" no combate à geada. Ex: Cinturão da laranja nos EUA - Evitou bilhões de dólares em prejuízo na década de 80.
- Polinização na cultura do milho e na videira. Experiências demonstraram um aumento significativo na produtividade dessas culturas, resultado de uma melhor polinização ocasionada pelo efeito downwash do rotor do helicóptero.
- Heli-Hydrosseding: Aplicação aérea com helicóptero de uma biomassa (sementes, água, hidrogel, nutrientes e fibras fixadoras) antierosiva, objetivando a recuperação de áreas agrícolas degradadas pela erosão.
- Aplicações Noturnas: A habilidade do helicóptero de voar a baixa altitude em velocidades operacionais reduzidas, equipado com sistemas de navegação noturna (NVG), permite tirar proveito das melhores condições climáticas para as aplicações aéreas.Durante o período noturno não ocorrem os dois maiores fatores limitantes para a pulverização aérea: a temperatura alta e a umidade do ar baixa. Outra vantagem é o fato da maior parte dos insetos terem hábitos noturnos de alimentação e consequentemente, maior movimentação e maior exposição ao controle químico.

Fonte: Adel Comunicação

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