Fruticultura e Horticultura

A produção de mudas de citros em recipientes traz vantagens para o pequeno agricultor, destaca pesquisa do DDPA

A pesquisa “Produção de mudas de citros em recipiente: uma alternativa para agricultores familiares do Rio Grande do Sul”, foi desenvolvida na propriedade de um agricultor familiar da cidade de Pareci Novo, no Vale do Caí/RS, entre maio de 2017 e março de 2019. O Vale do Caí tem 1,8 mil famílias trabalhando em 2,7 mil hectares de pomares comerciais de frutíferas de uva, laranja, bergamota, pêssego e melancia.


Publicado em: 25/01/2022 às 13:00hs

A produção de mudas de citros em recipientes traz vantagens para o pequeno agricultor, destaca pesquisa do DDPA

O trabalho está na publicação Circular nº 11/2021 e foi desenvolvido pelas pesquisadoras Maria Helena Fermino, Ivonete Tazzo e Lissandra Cavalli, do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA), da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr)  e pela extensionista rural da Emater-RS/Ascar, engenheira agrônoma Miriam Trevisan.

A produção de citros é regulamentada por leis federais (Lei 10.711, de 2003, e decreto 10.586, de 2020) que definem que as mudas devem ser produzidas em recipientes com substrato em ambiente protegido. Mas a legislação também define que “os agricultores familiares, os assentados da reforma agrária e os indígenas que multipliquem sementes ou mudas para distribuição, troca ou comercialização entre si, estão isentos de inscrição no Registro Nacional de Sementes e Mudas (RENASEM)”. 

“A pesquisa teve por meta mostrar que tirar a muda do solo e colocá-la em um recipiente com substrato pode trazer vantagens para o agricultor familiar'', destaca a pesquisadora do DDPA Maria Helena Fermino. E o experimento, repetido duas vezes, mostrou que este sistema traz benefícios, como o baixo custo do substrato, em torno de R$ 0,50 a muda e a comercialização de mudas durante todo o ano, inclusive nos meses de verão, quando o clima é pouco favorável. Além disso, previne a contaminação fitossanitária das mudas por patógenos do solo e reduz o tempo de produção, que a céu aberto fica em torno de três anos.

O estudo mostrou também que a mudança proposta do sistema de produção de mudas de citros do solo para o uso de recipiente com substrato traz benefícios quanto à ergonomia durante a realização das tarefas pelo agricultor. A introdução do uso de recipiente eleva a muda acima do solo em, aproximadamente, 25 cm, alterando perceptivelmente a postura do trabalhador e melhorando a qualidade de vida e o bem-estar deste.

“Nós fizemos esta Circular direcionada aos técnicos e aos produtores de citros, para que servisse de modelo para dar um salto de qualidade no Rio Grande do Sul nestas questões de produção de citros”, afirma Fermino.

O Rio Grande do Sul é o sétimo produtor nacional de laranja (321 toneladas), o quarto maior de tangerina (13 toneladas) e o nono de limão (122 toneladas), de acordo com dados de 2020 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No estado, o cultivo de citros ocorre predominantemente na pequena propriedade familiar.

Fonte: Assessoria de Comunicação Social Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do RS

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