Publicado em: 21/05/2009 às 10:34hs
Serão 352 milhões de caixas, das quais 284,59 milhões (81%) para a indústria que, no ano passado, processou 300 milhões de caixas.
O contrato de julho na ICE Futures caiu, nesta quarta feira, para US$0,9060/lb, já que o medo da seca que pairava sobre os pomares da Flórida se desfez com as chuvas que chegaram. Agora, serão os furacões que darão o tom das especulações, sempre acompanhados das movimentações que a moeda americana sofrer.
O VI Workshop GTACC realizou-se durante todo o dia de ontem, em Bebedouro, abordando o tema “Sustentabilidade e Perspectivas Econômicas”. Todas as palestras, mesmo as mais técnicas, agronomicamente falando, puseram seu foco no consenso que vai tomando conta das ações do citricultor, por força do convencimento racional ou por força da necessidade imposta pelos fatos: a busca incessante pela redução de custos e aumento de produtividade como os mais eficazes instrumentos de criação de margem de lucro, já que produtor de commodities não faz preço de venda do seu produto. Assim, falou-se de irrigação, adubação, colheita, em termos gerais e técnicos que foram complementados pelos exemplos trazidos da citricultura uruguaia pelo Eng. Agr. Dario Saracho, e da Fazenda Cambuhy pelo Dr. Fernando Tersi.
A questão da SUSTENTABILIDADE, subjacente a todos os temas tratados, foi mais enfatizada pela Dra. Margarete Boteon.
Mais do que modismo, visto que a expressão está presente em 10 de 10 eventos do agronegócio, sustentabilidade do negócio é um conceito, se bem empregado, imperativo para quem quer perdurar. A proposta da Dra. Margarete é radical: dada a crescente complexidade do segmento econômico em que atuamos, dados os riscos em que incorremos, é forçoso fazer uma avaliação mais completa de cada custo, inclusive os custos de oportunidade, para além daqueles trazidos pelo dia a dia da atividade e das necessidades do fluxo de caixa. Em razão das especificidades de cada fazenda e da valoração do risco, que é tarefa individual, dizer se a citricultura é viável, compete a cada citricultor. Como todo oráculo, os recentes eventos vão nos dando pistas e ferramentas, nunca resposta pronta! Por isto é que ser empresário não é para qualquer um… é preciso competência. Esta é a razão, também, para frequentar os foros de debate que se nos apresentam: de 01 a 05 de junho, a Cordeirópolis!
Sob a perspectiva da brincadeira da semana passada do “exit” da citricultura, temos duas alternativas: ou achamos uma saída “para” os impasses da citricultura ou a saída “dela”.
Para dar uma idéia do que é debater citricultura e de como vem de longe a busca do “exit”, a Folha de São Paulo lembrou que, há 50 anos, 17/05/1959, produtores de laranja da região de Bebedouro destruíam laranjas “recusadas para exportação por falta de requisitos”, com baixos preços, pleiteando amparo do governo para adotar programas de estímulo ao consumo da fruta e seu aproveitamento industrial em forma de suco. Teve gaiato que me lembrou que, nesta época, ainda nem havia indústria de suco e o produtor já estava reclamando dos preços… e via como solução a criação de indústrias de suco.
Paulo Sader - www.agroblog.com.br
Fonte: Agroblog
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