Flores

Mulheres são destaque na produção de flores no RJ

O crescimento da floricultura no estado do Rio de Janeiro nos últimos anos, além da expansão das áreas de plantio e diversificação da produção, revela também uma tendência verificada em outros segmentos no país: o aumento da presença da mão de obra feminina


Publicado em: 05/09/2013 às 13:50hs

Mulheres são destaque na produção de flores no RJ

Em 2004, de acordo com o 1º Censo da Floricultura no estado, realizado pela Emater-Rio, apenas 20% dos empregos permanentes gerados na floricultura eram ocupados por mulheres. De lá para cá, a ampliação da produção, profissionalização do setor e aumento da oferta de produtos diferenciados, com agregação de valor e serviços para mercados de paisagismo e decoração, mudaram o perfil desta mão de obra.

Segundo Nazaré Dias, coordenadora do programa Florescer, da Secretaria de Agricultura, 40% do total dos 18 mil postos de trabalho gerados atualmente na cadeia da floricultura no território fluminense, tem a participação feminina. O percentual é quase o dobro do registrado em todos os setores da agricultura, de acordo com o Censo Agropecuário do IBGE.

- O aumento é visível tanto nas áreas de produção, onde esposas e filhas de produtores tradicionais no setor atuam no plantio, pós-colheita e gerenciamento do negócio, quanto no mercado de ornamentação, com 80% do trabalho desempenhado por mulheres. São profissionais vindas de outras áreas, que migraram para a floricultura vislumbrando oportunidades – disse a coordenadora, lembrando que cerca de 570 mulheres trabalham na produção de flores e outras duas mil e setecentas no restante da cadeia.

O detalhismo, perfeccionismo e a paciência para trabalhos repetitivos que exigem cuidados especiais são apontadas como fatores positivos para a atração destas profissionais registrada nos últimos anos no segmento.

Luciene Nunes Notaro, de 37 anos, é uma delas. Com o marido e um irmão divide a rotina da produção de bocas de leão, crisântemos, margaridas, palmas e chuva de prata, entre outras, em Vargem Alta, Nova Friburgo.

A produção mensal de quase 40 mil hastes de flores, que sai do sítio da família para o mercado da Cadeg, no Rio de Janeiro, tem participação de Luciene do plantio à comercialização.

Determinada e de olho na chance de obter maior lucro em seu empreendimento, a produtora faz planos para o futuro.

- Quero investir na ampliação das estruturas de produção e diversificar o mix, com variedades de maior valor agregado - afirmou ela, que também faz parte da diretoria da Afloralta - (Associação dos Agricultores Familiares e Amigos da Comunidade de Vargem Alta).

Nas 900 floriculturas cadastradas junto ao Sindicato de Floristas do Estado, o cenário não é diferente. Além do atendimento nas lojas, o trabalho das mulheres cria ainda oportunidades para outras trabalhadoras, como a ornamentação de eventos e os serviços de paisagismo.

O gosto pela arte e beleza das flores e plantas ornamentais pesaram na decisão da bióloga Maria Gorete Crespo de deixar a profissão e trabalhar com paisagismo. Há mais de 10 anos montou seu próprio horto, na propriedade da família, em Rio Bonito. É de lá que sai a matéria prima para os jardins que projeta em diversos municípios das Baixadas Litorâneas.

- Além do prazer da transformação do espaço com beleza e harmonia é preciso acreditar naquilo que se faz - afirmou Maria Gorete.

O que a princípio era apenas um hobby, tornou-se uma alternativa para a produtora Marília Pentagna, de Valença se manter em atividade depois dos filhos criados. As flores tropicais - helicônias, alpínias e bastões do imperador, entre outras, que cultiva com o apoio de mais três empregados, vão para a decoração de eventos em sua região.

As exigências de um mercado em expansão e constante inovação exigiu a profissionalização da cadeia como um todo. Nos últimos quatro anos a capacitação em cursos de arte floral vem gerando opção de renda para mulheres em todo o estado.

- É muito comum encontrarmos alunos desses treinamentos atuando na ornamentação de eventos e até mesmo em cenografia de produção de cinema e televisão - revela a coordenadora do Florescer.

No Estado, os municípios com maior destaque na participação das mulheres na floricultura são: Bom Jardim, Nova Friburgo, Miguel Pereira, Sumidouro, Petrópolis e Rio de Janeiro

- A participação da mulher na floricultura acaba tendo também uma função social, pois mantém os filhos na atividade, evitando que os jovens migrem para os grandes centros em busca de oportunidades - disse Nazaré.

Fonte: Assessoria de Comunicação Seagro RJ

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