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Flores e plantas: comportamento do consumidor durante a pandemia mantém otimismo do setor para o final do ano

O encantamento dos consumidores em ter flores e plantas em casa, fazer jardins e (re)decorar seus espaços de convivência, comportamento acentuado na pandemia, tem impactado positivamente as vendas do setor para as festas de final de ano


Publicado em: 16/12/2020 às 09:00hs

Flores e plantas: comportamento do consumidor durante a pandemia mantém otimismo do setor para o final do ano

Mesmo se preparando para substituir os encontros familiares presenciais por virtuais, cresce o número de pessoas que querem a casa florida, decorada com motivos natalinos e com flores brancas para o ano novo. Tudo para renovar energias e atrair bons pensamento para 2021. Por outro lado, com medo de amargar prejuízos, produtores reduziram a produção de algumas flores clássicas do período, caso das poinsétias e tuias, o que logicamente diminuiu a oferta. A boa notícia, porém, é que há uma infinidade de alternativas para trazer o espírito de Natal para dentro de casa.

Para o revendedor de flores de corte Pituca Flores, a proibição dos eventos desde a pandemia os impulsionou para ampliar o mix de produtos ofertados, incluindo também as flores em vaso. “Quando começou a pandemia, houve uma queda brusca de vendas, cerca da 80%. Então, buscamos alternativas para nos manter de pé e caminhar até tudo isso passar”, conta a gerente de caixa da organização, Ana Paula de Godoi Simionatto. Hoje, parte (pequena) dos produtos comercializados é produção própria – buxinho, moreia, kaizuka, tuia e fórmio verde -, mas foram acrescentadas flores envasadas, como lírios, suculentas, bromélias e acelandras, além do portfólio original da empresa, que inclui ruscus, gipsófila, camélia, samambaia, tango e as clássicas poinsétias.

Sobre os produtos de final de ano, Ana Paula conta que a pandemia atrasou o calendário e trouxe impacto no preço dos produtos. “Como houve redução na produção e atraso no plantio, as tuias só chegaram ao comércio na segunda semana de novembro, e as poinsétias estão cerca de 70% mais caras quando comparadas ao ano passado”, destaca. Neste cenário, as alternativas que estão em alta são os produtos de menor porte e os secos e tingidos, como as orquídeas vermelhas, mini rosas ou samambaias. “Os arranjos híbridos naturais – vivos, tingidos e secos – estão em alta e podem fazer bonito neste final de ano”, enfatiza.

O produtor de Antúrios em vaso e violetas, Sérgio Toshio Fukasawa, da Fukasawa Flores, conta que não houve alteração da oferta dos antúrios porque se trata de um produto que exige planejamento mínimo de dois anos, pois as mudas são importadas, e o cenário era promissor. “Temos que fazer o pedido aos breeders (empresas melhoristas de flores e plantas que produzem as mudas) com um ano de antecedência. Depois de plantadas, ainda temos mais um ano para a flor estar pronta para comercialização”, comenta. Ele lembra que o início da pandemia foi assustador e muitos produtos foram descartados. “Estávamos com as estufas cheias em função dos preparativos para o Dia das Mães e não houve saída. Então, tivemos que jogar fora os produtos para liberar espaço nas estufas para as novas mudas, que já estavam chegando e tinham que ser plantadas. Foi muito prejuízo”, lamenta.

Antes da pandemia, a produção nacional de antúrios vinha crescendo cerca de 10% a 15% ao ano e, em função do planejamento anterior, Fukasawa não reduziu o ritmo, mesmo com o dólar em alta, impactando no preço das mudas.  “O dólar foi um baque e tivemos que reajustar preço”, comenta o produtor. “Muitos compradores se assustaram e deixaram de comprar no primeiro momento, mas depois aceitaram a nova conjuntura e voltaram, estimulados pela demanda do consumidor final. Para esse ano, nossa produção de antúrio está 10% maior, ocupando os espaços de estufa que antes eram da violeta, variedade que está sendo gradativamente reduzida”, conclui. 

O produtor de poinsétias, Paulo Masato Fujiwara, conta que tiveram que decidir em abril e maio o quanto plantariam para o Natal e arriscaram manter a produção nos mesmos níveis do ano passado. E a aposta deu certo, porque estão tendo muita procura. “Em função da mudança de comportamento do consumidor na pandemia, as vendas de flores em vasos cresceram cerca de 10%”, enfatiza. Apesar da vermelha ser a mais famosa das poinsétias no Natal, Masato produz também as de cor rosa claro, pinks e brancas, além das mudas de mini rosas para jardim, hortênsias e uma grande variedade de orquídeas. O aumento no consumo estimulou o produtor a ampliar em 10% a produção de hortênsias, variedade muito utilizada no paisagismo e em arranjos. 

Totalmente vinculado ao setor de flores e plantas, o segmento de acessórios seguiu o mesmo ritmo, mantendo a oferta nos mesmos níveis do ano passado. “Por fazer parte de setor essencial (agronegócio), as floriculturas e os garden centers foram autorizados a trabalhar e precisaram dos acessórios, como cachepôs, vasos e fitas. Assim, o setor foi puxado em conjunto com o aumento da demanda por plantas e flores”, conta Celso José Amado, da De Cor e Flor.

Para 2021, Celso reforça o otimismo. “Considerando que o Ceaflor vem se solidificando como um grande centro atacadista no mercado de flores, e como as obras de ampliação já foram iniciadas, esse investimento em infraestrutura traz uma ótima expectativa em 2021, para nós que fazemos parte desse projeto”, conclui o empresário.

As vendas no Ceaflor

Além da facilidade logística para escoamento de cargas, um dos diferenciais que o Ceaflor trouxe para o setor foi promover em um só lugar um grande encontro de negócios. São mais de 350 empresas das áreas de acessórios para floricultura, decoração e paisagismo, flores em vaso, flores de corte e plantas para paisagismo que atraíram para o mercado muitos clientes de todo o país. Esse grande encontro contribuiu para o fortalecimento mútuo das organizações ali instaladas.

Com a vinda para o Ceaflor, tanto Masato como Fukasawa contam que o número de clientes aumentou. Ambos concentraram seus negócios na região de Holambra, mantendo apenas a participação na feira de flores do Ceagesp São Paulo às terças e sextas-feiras. Os clientes de Campinas e São Paulo (parte) os seguiram e alguns outros, que já estavam circulando na região de Holambra, passaram a comprar. Ou seja, o número de clientes cresceu, gerando as melhores expectativas para 2021.

Para o consumidor final

Desde o dia 3 de dezembro, a venda de flores de corte, flores envasadas, plantas ornamentais, acessórios e itens de decoração, em especial de temática natalina, acontecem preferencialmente para o consumidor final, às terças, quintas e sextas, das 7h às 16h, e aos sábados, das 8h às 13h, com total segurança sanitária.

Fonte: Ateliê da Notícia

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