Flores

Confiança no produtor, informação e tecnologia são aliadas do consumidor de FFLV e vão ajudar a aumentar o consumo

O varejo norte americano foi o destaque na Semana do Varejo promovido pela PMA, entidade que representa a indústria de flores, frutas, legumes e verduras


Publicado em: 28/06/2021 às 14:00hs

Confiança no produtor, informação e tecnologia são aliadas do consumidor de FFLV e vão ajudar a aumentar o consumo

O PMA® Global Retail Week já mostrou os impactos da pandemia no consumo de FFLV e as estratégias para aumentar as vendas na China e na América Latina. Chegou a vez de traçar o cenário dos Estados Unidos e Canadá, sob a análise da tecnologia, tendências futuras no varejo e o comércio eletrônico na América do Norte.

A tecnologia é o futuro no varejo, desde a limitação do desperdício de alimentos até o rastreamento em tempo real dos produtos ao longo da cadeia de suprimentos e até mesmo no ciclo de compra do cliente. Como essas tendências afetarão os produtos frescos e florais - e suas operações?

O vice-presidente de engajamento de sócios da PMA, Joe Watson, ressaltou que a sustentabilidade ambiental é cada vez mais forte na cadeia de suprimentos.

Anne-Marie Roerink, Diretora da empresa 210 Analytics, disse que em momentos de COVID as pessoas ficaram focadas em alimentação mais saudável e segurança alimentar que devem ser pilares da indústria na comunicação com o consumidor. A tecnologia ajuda a reinventar o sistema de compras, em especial de FFLV. “60% dos consumidores querem mais transparência, saber de onde veio os alimentos, como é a produção, onde e quem produz. É a moeda da confiança com o consumidor que hoje tem demanda por embalagens não nocivas ao ambiente, a redução de água e energia, a redução de desperdício, porções menores e foco na reciclagem. Estamos percebendo que a pegada ambiental, como a cadeia de alimentos frescos devem mostrar que cuidam do planeta”, disse Anne-Marie.

Uso da tecnologia para vender e criar engajamento

E reinventar a forma de vender frutas e vegetais é o caminho para o varejo. A analista mostrou que as compras online continuarão em alta, seja por clubes de assinatura mensais ou marketplace, mas terão que melhorar a distribuição e a entrega com embalagens sustentáveis. Numa pesquisa online, durante a palestra, o sistema de assinatura ganhou  como maior tendência. Os consumidores querem ser inspirados com receita e informação sobre o produto, assim como ter comodidade como os kits de alimentos para cozinhar. A degustação vai voltar, mas será embalado, sem expor às pessoas e dentro de padrões de segurança.

As vendas de impulso caíram com a  pandemia. As promoções serão mais pontuais e de maior aderência, via aplicativos e redes sociais. O engajamento será muito maior.

Karen Long, vice-presidente de Desenvolvimento de Negócios do iFoodDS, disse que coletar os dados dos consumidores, com segurança, respeito e de forma holística, vai ajudar a oferecer novos produtos e respeitar a jornada do produto, nivelando a tecnologia para atender produtores e consumidores e unir os pontos de contato de todas as áreas. 

Melissa Hartwick, vice-presidente de parcerias da Flashfood, concorda e acha que a empatia e a sustentabilidade ambiental cresceram 43% em importância ao consumidor depois da pandemia: “Precisamos ser autênticos e usar a mídia social para ‘storytellings’ relevantes, como uma campanha do Dia da Terra. Foque no que interessa para não desperdiçar investimento”. 

As ferramentas das mídias digitais, como o Instagram, são os caminhos do consumidor, disse Tommy Caruana, Diretor de Desenvolvimento de Negócios - Varejo, Hazel Technologies. “Depois da pandemia, o consumidor quer produtos frescos embalados para não ter desperdício. Há várias oportunidades para entender o que o consumidor quer e como atendê-lo da melhor maneira possível”.

A relação de confiança do consumidor é a maneira de reforçar o papel do engajamento e ajudará a nivelar a tecnologia, disse Anne-Marie Roerink, diretora da empresa 210 Analytics.

Comércio eletrônico na América do Norte - O futuro é agora

Desde o início da pandemia na América do Norte, houve uma demanda significativa de compra de alimentos por ecommerce. Qual será o impacto e os desafios desse novo canal de vendas?

Estudo da empresa 210 Analytics LLC mostra que tudo mudou com a pandemia. Nos Estados Unidos, 84% compraram online, 54% de frutas e vegetais. “Há retenção de 50% dos consumidores e 19% gastam mais no ambiente digital dos setores de bebidas e alimentos. As pessoas voltam para as lojas, com a flexibilização das restrições depois da vacina, mas os varejistas pegaram confiança e vão continuar investindo no online, afinal o tíquete de compra aumentou e os consumidores pagam até 11% a mais porque estão focados na conveniência e 82% repetem o carrinho de compras anteriores”, explica  Anne-Marie Roerink, Diretora da 210 Analytics.

Pesquisa da PMA mostra que 50% das pessoas preferem comprar online, mas se preocupam com preço e quem escolhe os produtos frescos. “Vamos estudar como investir dinheiro para atrair os clientes, fazer oferta para produtos sazonais. A inspiração online para o setor de alimentos pode inovar com a comunicação por vitaminas ou cores. Os milleniuns e a geração X são os compradores sem tempo, com renda maior e querem conveniência, entregas mais rápidas e são preocupados com imunidade”, analisa Anne-Marie.

Scott Lalor, gerente sênior da Amazon Fresh, diz que antes da transação comercial, a empresa quer conectar os consumidores com os produtores/fazendeiros, ajudar a programar as compras, informar sobre os produtos sazonais, educar e  usar a tecnologia a ser um vendedor sempre  disponível. “Não dá para tocar e cheirar o produto fresco na compra online. O que é importante para melhora na loja é a degustação e contar a história da origem do produto. É importante ter conteúdo, processos com produtores, distribuição e varejo; e os mecanismos de resenha dos consumidores”, explica.

O marketplace da cooperativa AWG, com centenas de varejistas, aposta no ominichannel.  “Encantamento, amostras, painéis da midia digital e ecommerce, olhando a transição do tradicional (estático) para o digital – com informação nutricional, vídeos, receitas e engajar com fotos e animação”, explica Randy Lane, da AWG- Associated Wholesale Grocers, Inc. (AWG), a maior atacadista cooperativa de alimentos dos Estados Unidos.

A maior barreira de consumo de produtos frescos nos canais digitais ainda é o medo de quem vai escolher os itens, oferecer uma experiência fácil e com preço justo. “Para os varejistas, as compras de impulso nas lojas ficaram prejudicadas, mas é possível montar um roteiro online que agrade o cliente, colocando os produtos nos lugares corretos para visualização na home e investir em educação – guia de compras e produtos de safra, por exemplo”, explica Scott Lalor.

Em todos os cenários possíveis, a previsão é que o comércio eletrônico vai continuar crescendo no setor de produtos frescos. Uma janela de oportunidade para flores, frutas, legumes e verduras.

O PMA® Global Retail Week foi patrocinado pelas empresas associadas UPL e Emerson.

Fonte: PMA Brasil

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