O mercado brasileiro de feijão enfrentou uma semana de flutuações, com vendedores esforçando-se para manter os preços estáveis no início da semana. Contudo, a busca por feijões de qualidade inferior, especialmente classificados como 8,5 ou abaixo, impulsionou as negociações, atendendo às demandas imediatas dos compradores.

À medida que a demanda de curto prazo foi satisfeita, tanto as ofertas de compra quanto as de venda começaram a recuar, iniciando-se na segunda-feira. O analista e consultor de SAFRAS & Mercado, Gabriel Vianna, destaca que a aproximação do feriado de carnaval influencia essa dinâmica, tradicionalmente resultando em uma diminuição nas negociações.

Na segunda metade da semana, os preços continuaram a cair, afastando a maioria dos compradores do mercado. Com aproximadamente 25 mil sacas de feijão carioca disponíveis durante a semana, apenas cerca de 6 mil sacas foram comercializadas. A oferta de feijão preto, por sua vez, aumentou, mas as negociações permaneceram tímidas.

Vianna observa que, apesar da quebra significativa na safra inicial, que teoricamente impulsionaria as cotações devido à redução na oferta, os produtores estão sendo pressionados a reduzir os preços devido à qualidade inferior do produto, buscando aliviar as tensões no fluxo de caixa.

As perspectivas para as cotações do feijão carioca no curto prazo permanecem desafiadoras, com a próxima semana prevista para ser um período de escassez no mercado. Enquanto isso, o feijão preto ganha destaque, projetando-se como uma alternativa mais promissora nesta temporada.

Produção Brasileira

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que a produção brasileira de feijão atingirá 2,973 milhões de toneladas na temporada 2023/24, apresentando uma queda de 2,1% em comparação com a safra anterior. O levantamento revela uma área cultivada de 2,767 milhões de hectares, um aumento de 2,5%, enquanto a produtividade estimada é de 1.074 quilos por hectare, representando uma diminuição de 4,5% em relação à temporada anterior.