Publicado em: 20/02/2013 às 16:40hs
A perspectiva deste ano é colher 30 sacas por hectare e recuperar um pouco do prejuízo acumulado. “Plantei um parte há 21 dias e a outra há 15. As folhas estão bonitas. A nossa expectativa agora vai depender do tempo. Sofremos com a estiagem do ano passado, mas também já estamos preocupados com o volume de chuvas dos últimos dias.
O excesso de água apodrece a raiz do feijão e ele fica amarelado”, conta o agricultor, que teve uma quebra na safra de milho de 130 sacas por hectare para 85.
Os agricultores da região começaram o plantio do grão no final do mês de janeiro e início deste mês e devem colher entre maio e junho. “Grande parte começou o plantio após as primeiras chuvas de fevereiro. A última safra foi muito ruim e para esta alguns agricultores reduziram as áreas plantadas. Se tudo correr bem, esperamos que seja uma safra normal”, pondera o engenheiro agrônomo da Epagri de Criciúma, Roberto Longhi.
O preço da saca de 60 quilos que variou entre R$ 140 a R$ 150 pode chegar aos R$ 200. “Se ficarmos com os mesmos valores do ano já está razoável”, coloca o produtor do grão, destacando que o feijão existe um alto custo de mão de obra, uma vez, que é colhido manualmente.
Experimentos com a soja
O produtor comenta dos experimentos com o plantio de soja na região. “Conheço um agricultor que iniciou o plantio como uma nova alternativa. Também estou pensando em experimentar. Conforme o agrônomo da Epagri, o feijão é uma lavoura de risco e nos últimos anos os preços não foram os ideais.
“A maior safra no estado é a de verão, plantada no mês de setembro. Nós aqui plantamos na safrinha porque temos a predominância do fumo e do milho”, esclarece técnico. Desde o ano passado o município de Forquilhinha já não registra mais plantio de feijão.
Na região, Criciúma, Içara e Morro da Fumaça estão entres as cidades com maior número de produtores da cultura.
Redução da área cultivada no país
A projeção da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontou uma redução de 8,2% na área cultivada de feijão de primeira safra, para 1,14 milhão de hectares, em levantamento feito neste mês. Mesmo com a redução no plantio, a produção de feijão deve crescer 4% e atingir 1, 285 milhão de toneladas, em virtude do aumento de 13,5% na produtividade.
Os técnicos da Conab observam que as boas perspectivas de outras culturas, como soja e milho, que têm maior estabilidade e liquidez, aliada à comercialização instável e os riscos climáticos da cultura do feijão, têm derrubado a intenção dos plantadores em todo o país.
Eles acreditam que a situação favorável de mercado neste início de ano deve incentivar o aumento de área no plantio de feijão de segunda safra, que começou no mês passado e se estende até meados de março. No entanto, a forte tendência de aumento da área de milho poderá limitar o cultivo de feijão.
Governo diz que produção será histórica
A produção de grãos no país deve ser a maior da história, confirmando a expectativa de 185 milhões de toneladas anunciada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
A informação foi dita pela presidenta Dilma Rousseff que atribuiu a expectativa de recorde na produção ao clima e ao solo brasileiros e também a medidas como a ampliação do crédito, a redução do custo dos financiamentos e os investimentos feitos por meio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Segundo a presidente, a procura pelo crédito no setor é grande. Até o momento, meio de safra, os agricultores tomaram R$ 72 bilhões para financiar o custeio da produção (preparar a terra, comprar sementes e fertilizantes e fazer a colheita) e para investimentos (construção de sistemas de irrigação e compra de máquinas agrícolas).
Fonte: Portal Clicatribuna
◄ Leia outras notícias