Publicado em: 02/09/2024 às 11:40hs
Em agosto, o mercado de feijão carioca enfrentou uma estagnação, com preços relativamente estáveis e baixa movimentação. De acordo com Evandro Oliveira, analista e consultor da Safras & Mercado, a falta de negociações efetivas e a retração dos produtores contribuíram para essa estabilidade, com muitos mantendo seus preços elevados na expectativa de melhores condições de mercado.
Oliveira prevê que, com o término das colheitas da terceira safra e a consequente redução na oferta, os preços possam começar a subir gradualmente em setembro. A expectativa é que a demanda constante ou crescente, combinada com a oferta limitada, impulsione uma valorização que pode perdurar até o final do ano. A demanda pode também melhorar com o início do mês, impulsionada pelo pagamento de salários e recebimento de auxílios federais, o que pode acelerar a recuperação dos preços do feijão carioca.
Enquanto o feijão carioca enfrenta uma estagnação, o feijão preto viu uma forte alta nos preços devido à escassez de oferta. O feijão importado da Argentina passou a ser oferecido por cerca de R$ 390,00 por saca na segunda quinzena de agosto, refletindo a baixa disponibilidade e a crescente demanda, especialmente do Rio Grande do Sul, que perdeu metade de sua safra devido a excessivas chuvas no início do ano. Em contraste, os preços dos feijões nacionais variaram entre R$ 350,00 e R$ 370,00 por saca, dependendo da qualidade.
Nos últimos dias do mês, a demanda pelo feijão comercial aumentou, resultando na rápida absorção das ofertas disponíveis. A primeira safra de feijão carioca 2023/24, considerada uma das mais desafiadoras dos últimos anos, apresentou uma produção de 556,7 mil toneladas, uma redução de 5,53% em relação à safra anterior.
A recente estimativa da Safras & Mercado para o feijão carioca indica uma perda de 10% na primeira safra 2023/24. A área plantada foi projetada em uma diminuição de 1,99%, enquanto a produção nacional pode reduzir em 5,53%, passando de 589,3 mil toneladas em 2022/23 para 556,7 mil toneladas em 2023/24. A produtividade também deve cair 3,61%, atingindo 1.649 kg/ha.
No Sul do país, a área plantada deve diminuir 9,15%, passando de 59,4 mil hectares em 2022/23 para 54,0 mil hectares em 2023/24, resultando em uma queda de cerca de 16,91% na produção. No Paraná, o maior produtor da região, a área plantada reduziu em 6,33%, e a produção caiu 18,43%. Em Santa Catarina, as reduções foram mais acentuadas, com uma queda de 23,14% na área plantada e 25,06% na produção. O Rio Grande do Sul, embora tenha reduzido levemente a área plantada, viu um aumento de 3,31% na produção devido a uma elevação de 4,76% na produtividade.
No Norte/Nordeste, a situação foi mais positiva, com uma redução de 2,91% na área plantada e um aumento de 3,66% na produção, resultando em uma melhora de 6,77% na produtividade, que alcançou 794 kg/ha. No Centro-Sul, a redução na área plantada deve ser de 1,75%, acompanhada por uma queda de 6,44% na produção e uma diminuição de 4,77% na produtividade, que caiu para 1.871 kg/ha.
Fonte: Portal do Agronegócio
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