Publicado em: 03/09/2025 às 10:10hs
Embora a maioria dos produtores de feijão no Brasil plante áreas pequenas, com menos de cinco hectares, são as grandes lavouras que geram a maior parte da produção nacional, segundo estudo da Embrapa Arroz e Feijão (GO).
A pesquisa analisou dados do Censo Agropecuário 2017, publicado pelo IBGE em 2023, considerando os seis principais estados produtores: Paraná, Minas Gerais, Goiás, São Paulo, Mato Grosso e Bahia, e os grupos comerciais de feijão preto e cores (carioca, roxinho, mulatinho etc.).
Os pesquisadores classificaram as lavouras em três categorias:
O estudo mostrou que 97% das lavouras são pequenas, distribuídas em 533,5 mil propriedades rurais. No entanto, o tamanho da lavoura não necessariamente reflete o tamanho da propriedade: “O tamanho da lavoura de feijão diz respeito especificamente à área de cultivo e não equivale necessariamente ao tamanho da propriedade rural ou do estabelecimento agropecuário produtor”, explica o socioeconomista da Embrapa, Alcido Wander.
Apesar de pequenas lavouras predominarem em número, aproximadamente 3 mil grandes lavouras (0,5% do total) respondem por 75% da produção nacional, cerca de 1,2 milhão de toneladas de feijão.
Além disso, 87% da produção, ou 1,5 milhão de toneladas, foram comercializadas, enquanto 13%, cerca de 200 mil toneladas, ficaram para autoconsumo das propriedades. Entre as pequenas lavouras, o autoconsumo representou 59% da produção de feijão de cor e 38% do feijão preto.
Nos últimos dez anos, a produção de feijão no Brasil oscilou entre 2,5 milhões e 3,4 milhões de toneladas, enquanto as importações se mantiveram próximas a 100 mil toneladas por ano, ajudando a equilibrar o abastecimento interno. O consumo per capita apresentou ligeira queda, chegando a 13,2 quilos por habitante ao ano.
O Brasil também se tornou exportador líquido de feijão, com volumes de 136 mil a 223 mil toneladas desde a safra 2017/18. Na safra 2023/24, foram exportadas cerca de 150 mil toneladas, um aumento de 22% em relação a dez anos atrás, segundo dados da Conab.
De acordo com projeções do Ministério da Agricultura (Mapa), a produção nacional deve cair levemente para 2,9 milhões de toneladas até 2032/33, representando uma redução de 5% em relação à safra 2022/23. O consumo previsto para o mesmo período é de 2,7 milhões de toneladas, com importações estimadas em 65 mil toneladas.
Alcido Wander ressalta que essas projeções podem variar caso haja mudanças no consumo interno ou aumento das exportações, indicando que o mercado de feijão permanece dinâmico e sensível a mudanças nas condições de produção e demanda.
Fonte: Portal do Agronegócio
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