Publicado em: 26/09/2025 às 20:00hs
O mercado do feijão carioca encerrou a semana em compasso de cautela, sustentado pela escassez de estoques e pela estratégia de retenção adotada pelos produtores. Segundo Evandro Oliveira, analista de Safras & Mercado, os pregões foram marcados por baixa liquidez, com até sobras de cargas, inclusive em padrões superiores.
“Grãos extras (notas 9, 9,5 e 10) chegaram a ser devolvidos por problemas de qualidade, especialmente baixa umidade, reduzindo o ritmo de negócios”, explica Oliveira.
As ofertas de feijões comerciais (notas 7,5 e 8) permanecem praticamente ausentes, abrindo espaço para grãos de qualidade inferior, sem despertar grande interesse dos compradores. Mesmo assim, os preços se mantêm firmes entre R$ 260 e R$ 290 por saca CIF São Paulo, com vendas pontuais chegando a R$ 290.
Nas regiões produtoras, as indicações FOB seguem sustentadas:
A colheita em Minas Gerais, já acima de 95%, foi fortemente afetada pela mosca-branca, resultando em menor volume e esvaziamento das câmaras frias no Noroeste Mineiro e em Goiás. “Isso reforça a ausência de estoques de qualidade para a entressafra”, aponta Oliveira.
Apesar da demanda momentaneamente fraca, o analista avalia que o mercado deve manter sustentação no médio prazo, apoiado pela combinação de preços elevados, estoques baixos e restrição de oferta.
O feijão preto segue em um cenário de valorização apenas teórica, com liquidez frágil. As pedidas para grãos extras variam entre R$ 150 e R$ 190 por saca, mas os negócios ocorrem em volumes reduzidos, limitando a efetividade da alta.
Compradores concentram esforços nos feijões comerciais, onde negócios a R$ 160/sc garantem o abastecimento de pacotes e embarques programados. “A sustentação dos preços decorre da retenção de grãos de melhor qualidade e da necessidade pontual de reposição na entressafra”, comenta Oliveira.
Nas regiões produtoras, as indicações FOB seguem o mesmo padrão:
No Rio Grande do Sul, o plantio da primeira safra 2025/26 avança de forma heterogênea. O frio atrasou a semeadura em Campos de Cima da Serra, que concentra cerca de 40% da área, enquanto regiões mais quentes avançam mais rapidamente.
A projeção nacional indica retração significativa: queda de 7,9% na área plantada e 12,6% na produção. Para o feijão-preto, o impacto é ainda maior, com redução de 27,2% na área e 31,3% na produção no Sul. No Paraná, a retração chega a 32% da área e 35,7% da produção.
Fonte: Portal do Agronegócio
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