Feijão e Pulses

Mercado do feijão inicia novembro com baixa liquidez e preços pressionados pela fraca demanda

Feijão carioca apresenta oscilações pontuais e ritmo lento de negociações


Publicado em: 07/11/2025 às 18:40hs

Mercado do feijão inicia novembro com baixa liquidez e preços pressionados pela fraca demanda
Foto: Everson Souza

O mercado de feijão carioca começou novembro com movimentação limitada e variações discretas de preços. Segundo o analista Evandro Oliveira, da Safras & Mercado, mesmo com um leve avanço no escoamento da produção, o ambiente comercial continua morno, refletindo o baixo interesse dos compradores e a postura defensiva de produtores e corretores.

As referências de preços permanecem ajustadas em uma faixa estreita. As ofertas de compra pelo feijão extra (9,5/10) recuaram de R$ 280 para R$ 270 por saca CIF São Paulo, enquanto os padrões intermediários (8 e 8,5) seguem entre R$ 220 e R$ 245 por saca CIF.

“O movimento é pontual e sustentado pela oferta controlada, já que a demanda continua lenta em todo o país”, explica Oliveira.

No campo, o foco está nas colheitas do sudoeste paulista, que vêm ganhando ritmo e devem atingir o pico nas próximas semanas. Os primeiros lotes apresentam boa qualidade, mas há preocupação com os efeitos das chuvas sobre a umidade dos grãos e o percentual de grãos quebrados, fatores que podem pressionar os preços nas próximas semanas.

O plantio da 1ª safra 2025/26 avança sob condições climáticas favoráveis, embora a intenção de semeadura aponte retração de 2,24% na área nacional da classe cores.

De acordo com Oliveira, o cenário atual é de estabilidade técnica, sem fatores que indiquem altas significativas no curto prazo.

Feijão preto mantém liquidez mínima e cotações sob pressão

O mercado de feijão preto segue enfrentando baixa liquidez e preços pressionados, reflexo da ausência de compradores e da maior oferta de lotes no país. As negociações seguem pontuais, sem volumes expressivos, e com tendência de baixa nas origens produtoras.

As cotações CIF São Paulo continuam estáveis, variando de R$ 130 a R$ 140 por saca para os padrões comerciais e de R$ 160 a R$ 180 por saca para o feijão extra. No entanto, segundo o analista, essas faixas são apenas indicativas, já que as vendas efetivas são escassas.

No mercado FOB, a pressão de baixa é ainda mais evidente, com valores entre R$ 128 e R$ 130 por saca no noroeste do Paraná e entre R$ 151 e R$ 153 por saca no interior paulista.

Oliveira ressalta que a liquidez segue restrita, com compradores especulativos testando o mercado e corretores aguardando sinais de reação da demanda. O plantio da 1ª safra no Sul avança sob boas condições climáticas, mas a área plantada tende a diminuir devido às margens apertadas e aos estoques elevados.

Expectativas apontam para um mercado lateralizado

A falta de estímulos na demanda interna e o equilíbrio entre oferta e estoques devem manter o mercado do feijão sem grandes variações no curto prazo. Segundo avaliação de Evandro Oliveira (Safras & Mercado), o cenário atual é de lateralidade, sustentado apenas por fatores de retenção de oferta e pela expectativa de escoamento via exportações.

Enquanto isso, o setor segue atento às condições climáticas e ao comportamento do consumo doméstico, que permanecem como os principais vetores de influência para os preços nas próximas semanas.

Fonte: Portal do Agronegócio

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