Feijão e Pulses

Mercado de feijão encerra semana com liquidez baixa e compradores retraídos

Feijão carioca enfrenta semana de pouca movimentação


Publicado em: 13/10/2025 às 10:30hs

Mercado de feijão encerra semana com liquidez baixa e compradores retraídos

O mercado do feijão carioca fechou a semana com liquidez mínima e preços estáveis, mas com leve viés de baixa técnica. A escassez de compradores e a baixa atratividade da qualidade atual dos grãos mantêm os pregões praticamente esvaziados, segundo Evandro Oliveira, analista da Safras & Mercado.

“Grãos com umidade entre 9% e 11% e alto índice de quebra exigem descontos para se tornarem competitivos. Porém, muitos vendedores resistem a reduzir os preços, mantendo o impasse entre oferta e demanda”, explicou Oliveira.

No mercado CIF São Paulo, o feijão extra (nota 9,5) é negociado entre R$ 270 e R$ 280/sc, o intermediário (nota 8,5) entre R$ 240 e R$ 260/sc, e o comercial (notas 7,5–8) em torno de R$ 230 a R$ 240/sc. No FOB, as indicações recuam para R$ 273–276/sc em São Paulo e R$ 225–228/sc no Leste Goiano.

A oferta restrita da terceira safra, praticamente finalizada, mantém o mercado enxuto, enquanto produtores de Minas Gerais e Goiás aguardam chuvas para iniciar o plantio da primeira safra. Oliveira projeta que “a colheita paulista em novembro deve melhorar gradualmente a qualidade e trazer algum alívio à liquidez, mas a cautela predomina no curto prazo”.

Feijão preto mantém suporte graças às exportações

O feijão preto, por sua vez, segue sustentado principalmente pela escassez de oferta de qualidade e pelo bom ritmo das exportações. Apesar da retração de compradores, o mercado mantém estabilidade, com leve recuo nas cotações.

No mercado CIF São Paulo, o feijão extra é negociado entre R$ 160 e R$ 195/sc, enquanto os padrões comerciais giram em torno de R$ 160/sc. Já no FOB, os preços apresentam comportamento misto: São Paulo até R$ 170/sc, Paraná entre R$ 128 e R$ 132/sc, e Oeste Catarinense em R$ 137/sc.

Entre janeiro e setembro de 2025, as exportações da classe comum do feijão preto somaram 114,7 mil toneladas, superando o volume do ano anterior, com Índia, Portugal e Venezuela liderando os embarques.

Perspectivas para a primeira safra 2025/26

O analista destaca que o plantio da primeira safra 2025/26 avança de forma lenta e com área reduzida, reforçando o cenário de oferta limitada no médio prazo. “Enquanto o consumo interno não se recuperar, a estabilidade com leve viés de alta deve permanecer como cenário mais provável”, conclui Oliveira.

Fonte: Portal do Agronegócio

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