Feijão e Pulses

Mercado de feijão em pausa: restrições na oferta e boas perspectivas para 2024

Com Oferta Limitada e Colheita em Andamento, o Mercado de Feijão Carioca Enfrenta uma Semana Contida, com Boas Perspectivas para o Próximo Ano


Publicado em: 26/12/2023 às 11:30hs

Mercado de feijão em pausa: restrições na oferta e boas perspectivas para 2024

O mercado de feijão carioca enfrentou uma semana de oferta restrita, com apenas 7,5 mil sacas disponíveis, das quais 42% foram negociadas. O analista e consultor da SAFRAS & Mercado, Evandro Oliveira, destaca que a proximidade das festividades de fim de ano e o início das férias coletivas influenciaram um cenário predominantemente calmo.

A média da saca do feijão carioca extra nota 9 na Bolsinha paulista encerrou a semana cotada a R$ 345,00, mantendo-se estável em relação à semana anterior. No comparativo mensal, registrou alta de aproximadamente 30,19%, enquanto, em relação ao mesmo período de 2022, apresentou decréscimo de 16,36%.

Oferta e Colheita

A colheita da safra 2023/24 está em andamento e já exerce pressão nas cotações, principalmente com a oferta aumentada, exceto para o feijão carioca extra de boa qualidade, que permanece escasso. A bolsa operou apenas até metade da semana, diminuindo ainda mais a liquidez de um mercado já minimamente ativo.

Oliveira destaca a variação nos preços do feijão carioca da cultivar Dama, com lotes de escurecimento lento alcançando valores superiores a R$ 320,00 por saca. Em contrapartida, variedades com escurecimento normal, grãos miúdos e defeitos são cotadas abaixo de R$ 310,00 por saca. "O volume ofertado foi reduzido, levando a uma pausa nos negócios, e o mercado entrou em ritmo de recessão. Corretores indicam a necessidade de conceder descontos em casos de venda", ressalta o analista.

Projeções para 2024

As projeções para 2024 indicam um cenário inédito nas culturas irrigadas, sugerindo que o Brasil pode enfrentar um dos menores volumes de feijão em estoque da história no início do ano vindouro. A escassez de produto armazenado indica dificuldades significativas no abastecimento futuro, especialmente considerando a declaração de calamidade pública em diversos municípios, principalmente nas regiões Norte e Nordeste, devido à seca.

Apesar da estabilidade atual e da demanda retraída, espera-se uma possível oscilação para um cenário mais firme, especialmente com o retorno das atividades após os recessos, previsto para a segunda metade de janeiro e início de fevereiro.

Feijão Preto

O feijão preto, por sua vez, apresentou um volume razoável de amostras no início desta semana, mas os preços recuaram diante da falta de interesse dos compradores e da pressão de oferta em virtude da ceifa paranaense. Oliveira destaca que, com o início da colheita da primeira safra 2023/24 no sul do país, as perspectivas de uma possível reação nas cotações são limitadas. A maioria das ofertas ainda é de mercadoria importada, e a dificuldade em obter lotes é notável.

No início deste ano, o feijão preto desempenhou um papel importante ao atenuar o impacto do menor volume produzido pelo feijão carioca. As vendas desta variedade alcançaram volumes satisfatórios em empacotadores e no setor varejista em diversas regiões do país. A comercialização permanece desafiadora, e a dinâmica do mercado está condicionada à oferta disponível e ao comportamento dos compradores, que, nesta semana, demonstraram relutância em participar ativamente.

Fonte: Portal do Agronegócio

◄ Leia outras notícias