Feijão e Pulses

Feijão Mantém Desempenho Positivo Apesar de Comercialização Lenta

Mercado brasileiro experimenta alta de preços e variações nas negociações de feijão, com destaque para a resistência dos compradores


Publicado em: 09/09/2024 às 11:50hs

Feijão Mantém Desempenho Positivo Apesar de Comercialização Lenta

O mercado de feijão carioca no Brasil iniciou a semana com uma movimentação intensa por parte dos compradores, que buscaram reabastecer seus estoques. Segundo Evandro Oliveira, analista e consultor da Safras & Mercado, o feijão extra, que se destaca pela qualidade, cor e umidade, atingiu o valor de R$ 305,00 por saca. A alta foi sustentada pela oferta vinda principalmente de Minas Gerais, Goiás, São Paulo e Paraná, em meio à expectativa de uma possível escassez de oferta no curto prazo, o que pode manter ou até aumentar os preços nas próximas semanas.

No entanto, conforme a semana avançava, o mercado começou a perder parte de seu impulso. Embora o feijão extra ainda se destacasse, as transações se tornaram mais cautelosas, com uma carga sendo vendida a R$ 280,00 por saca. Novas ofertas de Minas Gerais não conseguiram superar a hesitação dos compradores, que resistiram aos preços mais altos estabelecidos pelos produtores. As negociações quase cessaram, com produtores mantendo o preço em R$ 250,00 por saca e compradores aguardando condições mais favoráveis.

Na metade da semana, a menor oferta permitiu alguns reajustes para o feijão extra de escurecimento lento, com uma carga sendo negociada a R$ 290,00 por saca, embora com pagamento diferido. “Os preços das mercadorias comerciais se mantiveram estáveis, e os produtores, capitalizados, optaram por liberar pequenos lotes para estabilizar ou aumentar as cotações”, relatou Oliveira. Segundo o analista, o pós-pregão de quarta e quinta-feira registrou apenas negócios pontuais, e as tentativas de ajuste de preços pelos corretores não obtiveram sucesso, com o mercado permanecendo hesitante.

Feijão Preto

O mercado de feijão preto também iniciou a semana com preços elevados para o feijão extra de melhor qualidade, que variaram entre R$ 400,00 e R$ 410,00 por saca para o produto nacional. O feijão preto argentino alcançou até R$ 430,00 por saca, refletindo a valorização crescente da variedade devido à oferta limitada e à expectativa de novas colheitas apenas no início do próximo ano.

A demanda externa continua forte, e a entressafra, combinada com a menor oferta do produto argentino, mantém os preços elevados. Contudo, o mercado está se aproximando do teto de R$ 420,00 por saca registrado em fevereiro, o que tem limitado a demanda por feijão preto em comparação com o feijão carioca. “No meio da semana, surgiram ofertas de feijão de qualidade inferior com preços de até R$ 320,00 por saca, mas os compradores consideraram os valores altos e mostraram pouca urgência em fechar negócios”, explicou Oliveira.

No segmento de grãos extra, as pedidas permanecem em torno de R$ 410,00 por saca, com a pressão dos compradores aumentando e contrapropostas em torno de R$ 390,00 por saca. “Essa resistência no mercado reflete a baixa liquidez e as negociações difíceis. No varejo, a demanda represada desde maio pode ganhar impulso a partir de outubro, potencialmente trazendo novo vigor às cotações à medida que o mercado busca equilibrar oferta e demanda”, concluiu o consultor.

Fonte: Portal do Agronegócio

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