Feijão e Pulses

Feijão carioca apresenta recuperação técnica limitada

Após semanas de estabilidade, preços voltam a subir em algumas regiões com o fim da terceira safra, porém demanda ainda se mantém seletiva, segundo analista da Safras & Mercado


Publicado em: 17/10/2025 às 18:00hs

Feijão carioca apresenta recuperação técnica limitada
Foto: CNA

O mercado do feijão carioca segue em recuperação técnica, embora ainda restrito pela baixa liquidez e pelo comportamento seletivo dos compradores. Segundo o analista da Safras & Mercado, Evandro Oliveira, os preços voltaram a subir em diversas regiões após semanas de estabilidade, refletindo ajustes na oferta e o encerramento da terceira safra.

As maiores altas foram registradas em:

  • Patrocínio (MG): +5,63%
  • Patos de Minas (MG): +5,61%
  • Itapeva (SP): +4,85%

Já Barreiras (BA) e Luís Eduardo Magalhães (BA) tiveram quedas de -0,90%, evidenciando a disparidade regional entre áreas produtoras e polos consumidores.

Oliveira destaca que a oferta limitada, composta principalmente por sobras e estoques armazenados, tem sustentado os preços, enquanto a demanda interna permanece tímida e concentrada em lotes de melhor qualidade. “O varejo compra apenas o necessário, impedindo uma reação mais ampla no curto prazo”, comenta.

Exportações ajudam a reduzir excedente doméstico

No cenário externo, as exportações de feijão seguem em crescimento, com embarques pontuais contribuindo para reduzir o excedente nacional. Segundo Oliveira, o mercado mantém tendência tecnicamente firme, apoiado pela retenção da oferta e pelo câmbio, mas depende de maior reação do consumo varejista para consolidar o movimento de alta.

Feijão preto mantém preços estáveis, mas mercado segue travado

O feijão preto também enfrenta dificuldades para avançar nas negociações, mesmo com leve suporte do câmbio e maior interesse externo. Oliveira explica que a falta de liquidez e os altos estoques nas regiões produtoras mantêm os preços nominais.

As principais variações positivas ocorreram em:

  • Ponta Grossa (PR): +7,25%
  • Guarapuava (PR): +1,55%

As quedas mais expressivas foram registradas em:

  • Campo Mourão (PR): -6,72%
  • Cascavel (PR): -3,60%
  • Castro (PR): -3,50%

Nas origens, as cotações FOB variam entre R$ 137 e R$ 138/sc em Chapecó e Ponta Grossa, refletindo viés de baixa moderada. Segundo Oliveira, “o escoamento continua difícil e a ausência de compradores é o principal gargalo, mesmo com o câmbio favorecendo as exportações”.

Plantio da 1ª safra 2025/26 enfrenta desafios climáticos e fitossanitários

O plantio da primeira safra 2025/26 segue com clima irregular, frio tardio e riscos fitossanitários, especialmente mosca-branca. A demanda doméstica fraca contrasta com o bom desempenho das exportações, que mantêm a balança comercial do feijão positiva.

De janeiro a setembro, o Brasil exportou 362,5 mil toneladas de feijão, totalizando US$ 305 milhões e preço médio de US$ 841/t, segundo dados do Secex/MDIC. A Índia lidera as importações, absorvendo 57% do total, principalmente feijão mungo. Outros destinos relevantes incluem Portugal e Paquistão (5% cada), além de África do Sul e Venezuela.

As importações permanecem marginais, com US$ 10 milhões e 11,3 mil toneladas, concentradas principalmente na Argentina (87%), que abastece principalmente os estados do Paraná e Santa Catarina, responsáveis por mais de 90% das entradas de feijão preto no país.

Fonte: Portal do Agronegócio

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