Publicado em: 07/07/2025 às 12:00hs
Os preços do feijão carioca registraram recuo mais expressivo na última semana, reflexo direto do avanço da colheita em importantes regiões produtoras como Minas Gerais e Goiás. Segundo levantamento do Cepea, há uma maior entrada de lotes com boa qualidade no mercado, o que tem aumentado a oferta e pressionado as cotações.
Apesar disso, parte dos empacotadores mantém cautela nas aquisições, comprando apenas volumes pontuais para reposição de estoques, o que contribui para a retração nos valores, tanto dos grãos comerciais quanto dos lotes de melhor padrão.
Já no Paraná, principal estado produtor de feijão preto, o Deral/Seab informa que, até o dia 30 de junho, 98% da área cultivada na segunda safra já havia sido colhida.
Mesmo com o ritmo acelerado da colheita, o mercado brasileiro de feijão permanece movimentado. A demanda se mantém dentro da normalidade, impulsionada pelos preços atrativos praticados no varejo, o que tem favorecido o escoamento da produção.
Em algumas regiões, como no Vale do Araguaia (GO), foram registradas vendas pontuais a R$ 190,00 por saca. Ainda assim, muitos produtores têm preferido armazenar o produto quando os preços estão abaixo de R$ 220,00 por saca, numa tentativa de evitar quedas mais acentuadas no mercado.
A decisão dos produtores de estocar parte da safra reflete uma postura mais estratégica, inspirada em modelos internacionais, como o dos Estados Unidos, onde a colheita ocorre em um único período do ano, mas o consumo é mantido de forma equilibrada ao longo dos meses por meio da gestão eficiente dos estoques.
Caso todo o volume colhido fosse ofertado de uma só vez, os preços poderiam despencar para níveis inferiores a R$ 100,00 por saca. Por isso, a prática de armazenagem tem se mostrado fundamental para preservar a rentabilidade do produtor e garantir estabilidade ao mercado.
Uma mentalidade coletiva voltada para o planejamento de vendas e o incentivo ao consumo interno é apontada como essencial para o equilíbrio do setor. A articulação de campanhas nacionais de estímulo ao consumo e o fortalecimento das exportações também são estratégias em desenvolvimento para ampliar a demanda e consolidar um mercado mais sustentável para o feijão brasileiro.
Fonte: Portal do Agronegócio
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