Publicado em: 04/11/2024 às 11:45hs
O mês de outubro revelou-se desafiador para o mercado brasileiro de feijão, caracterizado por uma demanda fraca e preços pressionados desde o início do período. Essa situação foi influenciada por diversos fatores, incluindo questões macroeconômicas, a qualidade dos grãos e a oferta limitada.
De acordo com Gabriel Viana, analista da Safras & Mercado, o feijão carioca iniciou o mês com queda nos preços, reflexo da baixa procura no varejo e da qualidade inferior dos grãos. “A dificuldade de comercialização foi tão acentuada que ocorreram casos de devoluções de produtos. Na Zona Cerealista de São Paulo, a saca de feijão carioca extra, nota 9, foi negociada entre R$ 245,00 e R$ 275,00, variando conforme a qualidade”, relatou.
Viana destacou que problemas climáticos, como seca e queimadas, afetaram a qualidade dos lotes, resultando em grãos ressecados e frágeis, suscetíveis a quebras durante o beneficiamento. Entretanto, na segunda quinzena do mês, os preços do feijão carioca apresentaram uma recuperação de 6,8%, impulsionados pela oferta limitada e pelo aumento do consumo, especialmente em virtude da alta do preço do feijão preto.
Em relação ao feijão preto, Viana observou que o cenário em outubro foi marcado por pressão negativa nos preços, principalmente devido à baixa demanda e à concorrência com o feijão argentino, que manteve preços entre R$ 350,00 e R$ 360,00 por saca. No mercado nacional, a saca de feijão preto extra teve uma variação próxima a R$ 350,00, enquanto lotes de qualidade inferior foram comercializados entre R$ 270,00 e R$ 300,00.
“Apesar da oferta relativamente limitada, as vendas de feijão preto seguiram em ritmo lento. O consumo foi enfraquecido, e o cenário econômico adverso impactou o poder de compra dos consumidores brasileiros”, afirmou.
Viana projeta que, nos próximos meses, espera-se um aumento na oferta com a chegada das novas safras. Se essa previsão se concretizar, poderá intensificar a pressão sobre os preços, especialmente se a demanda não mostrar sinais de recuperação.
Fonte: Portal do Agronegócio
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