Cana de Açucar

StoneX revisão para safra 2024/2025 no Centro-Sul brasileiro

Projeções para a próxima temporada sugerem variações climáticas e mudanças no mix produtivo de açúcar e etanol


Publicado em: 08/05/2024 às 11:10hs

StoneX revisão para safra 2024/2025 no Centro-Sul brasileiro

A StoneX, empresa de inteligência de mercado em açúcar e etanol, lançou sua quarta revisão para a safra 2024/25 (abr-mar) no Centro-Sul brasileiro, trazendo também um fechamento para o ciclo 2023/24. O relatório aborda o potencial produtivo da região, analisando as perspectivas para açúcar e etanol na principal zona de cultivo do Brasil.

O ano de 2023 foi marcado por um cenário climático instável, afetado pelo fenômeno El Niño, que trouxe altas temperaturas e chuvas irregulares. Enquanto algumas áreas receberam mais chuva que o normal, outras enfrentaram períodos de seca. Essa variabilidade permitiu que a safra 2023/24 se estendesse mais do que o habitual, mas também prejudicou o desenvolvimento das plantações de cana-de-açúcar para a próxima temporada.

No geral, a safra 2023/24 acumulou 654,4 milhões de toneladas de cana processada no Centro-Sul, um crescimento de 19,4% em comparação com o ciclo anterior. No entanto, a expectativa para 2024/25 é mais modesta, com uma estimativa de retração no TCH (Tonelada de Cana por Hectare), caindo para 79,2 t/ha, ainda 3,6% acima da média das últimas cinco safras.

Além disso, o clima para 2024 pode passar por uma transição, com o enfraquecimento do El Niño e a chegada do La Niña. Isso pode resultar em um inverno mais seco e com temperaturas mais baixas, o que beneficia a qualidade da cana e o acúmulo de sacarose, mas pode também encurtar a duração da safra, afetando a produção geral.

O mix produtivo para 2024/25 indica uma tendência mais voltada para o açúcar, com 52% da biomassa sendo destinada à sua produção. Isso contrasta com a produção de etanol, que deve diminuir. A estimativa para etanol de cana é de 24,1 milhões de metros cúbicos, uma queda de 11,8% em relação ao ciclo anterior. A produção de etanol de milho, por outro lado, deve crescer, representando cerca de 24,9% do total de biocombustível produzido na próxima temporada.

Essas projeções refletem a mudança na dinâmica dos produtos derivados da cana-de-açúcar e do milho, com a produção de etanol de milho ganhando espaço no mercado de combustíveis. A ampliação de destilarias de milho deve continuar, possivelmente adicionando capacidade produtiva de até 2 milhões de m³ anuais.

Apesar das variações no mix produtivo, o mercado de açúcar continua a oferecer oportunidades devido à queda na oferta de importantes players globais. No entanto, a dinâmica do mercado de etanol pode ser mais desafiadora, com a necessidade de se encontrar um suporte sólido para aumentar seus preços e competir com o açúcar direcionado à exportação.

No geral, a revisão para a safra 2024/25 sugere que a produção no Centro-Sul brasileiro enfrentará desafios, mas ainda tem potencial para manter uma perspectiva otimista, especialmente se o clima mais seco favorecer o acúmulo de sacarose. Com a transição do El Niño para o La Niña, a próxima temporada será decisiva para determinar o equilíbrio entre a produção de açúcar e etanol no Brasil.

Fonte: Portal do Agronegócio

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