Publicado em: 21/05/2014 às 11:30hs
Não faz muito tempo, a indústria canavieira brasileira dependia exclusivamente da mão de obra manual, com a queima da palha, para realizar a colheita da cana-de-açúcar.
De 2006 para cá, a colheita passou por profunda reformulação que ocorreu de forma acelerada no Estado de São Paulo, maior produtor do País, graças ao Protocolo Agroambiental do Setor Sucroenergético.
Hoje, 83% das áreas destinadas à cultura da cana são colhidas com máquinas, sem o uso do fogo. Com uma produção de 371 milhões de toneladas de cana, São Paulo responde por 51% da produção de etanol do País e por mais de 16% da produção de etanol no mundo. O estado foi pioneiro em estabelecer um diálogo com o setor sucroenergético e desenvolver, em parceria com a União das Indústrias de Cana-de-Açúcar (Unica), o Protocolo Agroambiental.
Vertente do Programa Etanol Verde, o Protocolo faz parte de um processo que define, entre outros aspectos, a antecipação voluntária dos prazos legais para o fim da queima controlada da palha da cana nos canaviais paulistas. As signatárias do Protocolo são responsáveis por aproximadamente 94% da produção paulista e 48% da produção nacional de etanol.
Dados das Secretarias do Meio Ambiente e da Agricultura do Estado de São Paulo indicam que sete milhões de hectares de cana deixaram de ser colhidos com uso do fogo na safra 2013/2014. Com a redução, 26,7 milhões de toneladas de poluentes deixaram de ser emitidas, assim como 4,4 milhões de toneladas de gases de efeito estufa (GEEs), algo equivalente à emissão anual de 77,5 mil ônibus movidos a diesel.
Em se tratando da colheita sem o uso do fogo, as metas estabelecidas pelo Protocolo Agroambiental foram superadas na safra 2013/2014: 83,7%, ante os 72,6% da safra 2012/2013, representando uma área de 4,03 milhões de hectares que foram colhidos mecanicamente. Esse percentual considera tanto as áreas mecanizáveis das indústrias, quanto de seus fornecedores.
Considerando-se apenas os canaviais controlados por usinas no Estado de São Paulo, praticamente 100% já realizam a colheita de forma mecanizada. A cana colhida com queima caiu de 27,4%, na safra 2012/2013, para 16,3% na safra 2013/2014, o que corresponde a uma área de cerca de 780 mil hectares.
As informações das duas secretarias apontam ainda ampla mudança desde a implantação do Protocolo Agro-ambiental na safra 2006/ 2007, época em que 65,8% da cana eram colhidos manualmente e com uso de fogo. No ano de 2013, 141 indústrias e 5.997 fornecedores de cana, de forma voluntária, se tornaram signatários do Protocolo Agroambiental.
Fonte: DCI
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