Publicado em: 21/08/2025 às 14:30hs
O engenheiro agrônomo e especialista da Netafim Brasil, Daniel B. Pedroso, destaca que cada safra apresenta desafios próprios. Na temporada 2024/2025, a seca intensa e os incêndios no interior de São Paulo reduziram significativamente a produtividade.
Nesta safra 2025/2026, embora chuvas excessivas em janeiro e fevereiro tenham gerado preocupações, a precipitação retornou com intensidade entre março e julho, chegando a 60 mm em algumas regiões. Segundo Pedroso, esse cenário favorece a formação de um estande saudável para os canaviais recém-colhidos, essencial para garantir a produção da próxima safra.
Apesar da boa perspectiva de produção futura, a qualidade da cana neste momento permanece abaixo do observado no ano passado, com 122,4 kg/ton de ATR (PECEGE, julho de 2025).
O especialista explica que a produtividade depende da altura da planta, do diâmetro do colmo e, principalmente, da população de plantas. As chuvas recentes garantiram o número inicial de perfilhos, mas o período de estiagem que se aproxima, até outubro/novembro, será decisivo para manter essas plantas e evitar competição excessiva por nutrientes e água.
Pedroso alerta que, caso as chuvas não retornem dentro do período esperado, a safra pode sofrer redução significativa. “Mais uma vez, estamos à mercê do clima”, afirmou.
Para reduzir essa dependência, o especialista recomenda o uso de sistemas de irrigação, especialmente o gotejamento, indicado para canaviais adultos. Esse método aplica água diretamente na região radicular, com alta eficiência (95% a 100%), mantendo o solo próximo da capacidade ideal de retenção hídrica.
A conclusão do especialista é clara: a safra de 2025/2026 será definida pelo clima. “O retorno — ou não — das chuvas será o fator preponderante. O produtor tem duas opções: aguardar até novembro e depender do clima ou investir em irrigação e garantir maior segurança para a produção”, destacou Pedroso.
Fonte: Portal do Agronegócio
◄ Leia outras notícias