Cana de Açucar

Programa de apoio a canaviais não deve surtir efeito em Mato Grosso

ProRenova prevê R$ 3,5 bi para estimular produção de etanol


Publicado em: 20/06/2013 às 19:40hs

Programa de apoio a canaviais não deve surtir efeito em Mato Grosso

A reformulação do programa para apoiar a renovação e implantação de novos canaviais, estimulando a produção de cana e etanol, mediante queda nas taxas de juros das linhas de crédito, não deve atingir os objetivos a que se propõe em Mato Grosso, avalia o diretor-executivo do Sindicato das Indústrias no Estado (Sindalcool), Jorge dos Santos. A resolução já regulamentada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) consta no Diário Oficial da União da quarta-feira (19).

As taxas baixaram para 5,5% ao ano, mas ainda continuarão inacessíveis ao setor industrial porque, segundo o diretor, o endividamento das empresas as restringe em acessar o benefício. Mas o setor não estima um número oficial que mensure a dimensão das dívidas contraídas. De acordo com o sindicato, das nove indústrias em operação em Mato Grosso duas estão em processo de recuperação judicial, uma decretou falência, pelo menos cinco já comprometem de 30% a 70% da sua renda para liquidar os débitos.

"Se houvesse uma possibilidade de buscar este recurso com certeza beneficiaria o setor industrial. Mas em função do endividamento estamos sem condições. No ano passado não houve adesão ao ProRenova-Industrial em Mato Grosso, enquanto no Brasil foram menos de R$ 2 milhões contratados pelas indústrias brasileiras", avaliou o dirigente ao Agrodebate.

Segundo resolução do CMN, o volume de recursos disponibilizado pelo BNDES chega a R$ 3,5 bilhões destinados às pessoas jurídicas que exerçam atividade produtiva relacionada ao plantio da cana, inclusive usinas e destilarias de etanol e açúcar, cooperativas de produtores e entidades. A cifra deve ser empregada no custeio de gastos e tratos culturais.

Em 2012 a renovação dos canaviais atingiu apenas 20 mil hectares em Mato Grosso, mediante emprego de recursos próprios pelas indústrias, segundo o sindicato. Na avaliação do Sindalcool a área ainda é considerada tímida, pois representa apenas 20% dos 200 mil hectares totais que o estado reserva à cultura. O custo de renovação de cada hectare está estimado em R$ 4,7 mil.

Novas áreas

Segundo estimativa do Sindalcool, com a contratação de recursos para estimular a cultura, Mato Grosso teria condições de multiplicar por sete o espaço cultivável. São mais de 1,4 milhão de hectares propícios ao cultivo e que não são utilizados.

"Mas ainda esbarramos na logística. Como atingir os portos de exportação se não conseguimos chegar aos mercados brasileiros? São fatores distintos ocorrendo em Mato Grosso: o endividamento porque não tem rentabilidade e a impossibilidade de crescimento porque não há rentabilidade", pontua Jorge dos Santos.

Na temporada 2012/13 Mato Grosso as 16,3 milhões de toneladas de cana produzidas renderam 498 milhões de litros de etanol (anidro e hidratado), além de 491.919 toneladas de açúcar.

Fonte: Agrodebate

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