Publicado em: 17/12/2025 às 09:30hs
Os produtores de cana-de-açúcar da Paraíba vivem um momento de incerteza quanto ao financiamento da próxima safra, diante da queda nos preços internacionais do açúcar e da perda de competitividade nas exportações para os Estados Unidos.
De acordo com José Inácio de Morais, presidente da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), cerca de 1.500 produtores atuam no Estado, sendo que 90% deles dependem do Pronaf — programa voltado ao financiamento da agricultura familiar.
“Esses produtores estão à beira da falência, já que não vão conseguir custear a safra do ano que vem”, alertou Morais.
Segundo ele, o impacto só não é maior devido ao bônus pago pelas usinas, que varia entre R$ 8 e R$ 15 por tonelada de cana, ajudando parcialmente a compensar as perdas.
O dirigente da Asplan destacou que a redução nas cotações internacionais do açúcar e a perda de margem nas exportações para os EUA diminuíram significativamente a rentabilidade do setor canavieiro paraibano.
O segmento, que já vinha enfrentando custos de produção elevados, agora sofre com a dificuldade de acesso a linhas de crédito para custeio — recurso essencial para a compra de insumos, manutenção de lavouras e início do novo ciclo produtivo.
Entre as medidas defendidas pela Asplan para amenizar a crise está a liberação de recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), operado pelo Banco do Nordeste (BNB).
O fundo financia investimentos de longo prazo, capital de giro e custeio agrícola, beneficiando produtores em mais de 2 mil municípios da região.
No entanto, para que os recursos possam ser liberados, é necessário que o Conselho Monetário Nacional (CMN) defina novos parâmetros operacionais, o que depende de articulação política entre governo e representantes do setor.
A Asplan e outras entidades do setor canavieiro nordestino também têm pressionado pela aprovação da Medida Provisória 1309, de autoria do senador Efraim Filho (União-PB) e do deputado federal Meira (PL-PE).
A proposta prevê o pagamento de uma subvenção econômica de R$ 12 por tonelada de cana produzida no Nordeste, medida que, segundo os representantes do setor, poderia garantir a continuidade da atividade e preservar milhares de empregos no campo.
Fonte: Portal do Agronegócio
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