Cana de Açucar

Pesquisa da UFSCar apresenta quatro novas variedades de cana em Araras

Resultado do estudo visa melhorar a produção de açúcar e do álcool. Plantas são mais resistentes à seca e facilitam a colheita mecanizada


Publicado em: 31/03/2014 às 16:50hs

Pesquisa da UFSCar apresenta quatro novas variedades de cana em Araras

Pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) apresentaram no campus em Araras (SP) quatro novas variedades de cana, que devem estar nas lavouras a partir do próximo ano. O resultado da pesquisa visa melhorar a produção de açúcar e álcool. As plantas são mais resistentes à seca e também possuem características que facilitam a colheita mecanizada.


Gerente de desenvolvimento de uma usina, Renato da Rosa testou as novas plantas durante a fase de estudos e disse que uma delas chamou mais a atenção. “Para a produção de açúcar por hectare nos períodos que nós mais precisamos, abril e maio, ela supera o padrão existente hoje nos canaviais”, relatou.

O senso baseado em dados fornecidos pelas usinas indica que 60% da cana plantada no país são variedades desenvolvidas pelas redes de pesquisa da qual a UFSCar faz parte. “São totalmente resistentes às doenças. Nós temos três variedades médias tardias e uma variedade bastante precoce da mais recente cultivada”, disse Hermann Hoffmann, coordenador do programa.

O segredo de um canavial produtivo está nos estudos e na observação dos pesquisadores. Mesclando pólen de plantas diferentes se chega a novas variedades. Mas é preciso pelo menos uma década de dedicação. "Cada material é testado em situações de ambientes e climas muito variáveis. Então ela sofre um processo de seleção no decorrer dos anos”, explicou o técnico em agropecuária da UFSCar Plínio Zavaglia.

Genética

A inauguração na sexta-feira (28) de um centro de pesquisa para o Programa de Melhoramento Genético e o Laboratório de Biotecnologia em Plantas da instituição representa um avanço para o setor sucroalcoleiro. O centro recebeu certificado da Comissão Nacional de Biossegurança, o que significa que a partir de agora poderão ser feitos estudos para desenvolver canas transgênicas.

“Tem variedades que são excelentes, com alto potencial produtivo, mas não são tão ricas, não tem tanto açúcar. Isso é um defeito que pode ser corrigido por meio de um processo de transgenia em que só haverá a modificação na elevação no teor de açúcar”, explicou a professora Monalisa Carneiro.

Cada melhoria na produtividade deve ter impacto não só no campo, mas também na qualidade durante o processo de fabricação do açúcar e álcool, ressaltou Hoffmann. As variedades transgênicas ainda passarão por desenvolvimento e testes de segurança antes de chegar às plantações.

Fonte: Portal G1

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