Publicado em: 08/12/2023 às 11:50hs
As condições climáticas favoráveis, somadas à disponibilidade ampliada de cana, indicam a possibilidade de ultrapassar as estimativas anteriores, alcançando 41,6 milhões de toneladas de açúcar, superando em 1,1 milhão de toneladas as previsões iniciais.
O relatório da Unica revelou uma disponibilidade de cana superior às projeções, impulsionada pela produtividade acumulada que permaneceu acima de 89 t/ha em outubro. Com isso, a oferta total de matéria-prima é estimada em 655 milhões de toneladas ou mais. Apesar do clima desafiador, espera-se que a região alcance a marca de 645 milhões de toneladas moídas até o final de março.
A analista de Açúcar e Etanol da empresa, Lívea Coda, destaca que, mesmo considerando a redução no mix de produção devido às chuvas e à qualidade inferior da cana no final da safra, a região pode produzir 41,6 milhões de toneladas de açúcar, superando as estimativas anteriores em 1,1 milhão de toneladas.
O cenário positivo na produção de açúcar contribui para atenuar o déficit previsto, mantendo os preços do adoçante abaixo de 28 centavos de dólar por libra-peso. No entanto, a oferta excedente de matéria-prima, aliada à diminuição nos preços do açúcar, tem impactado negativamente o mercado de biocombustíveis, especialmente o etanol, que enfrenta uma correção de quase 25% nos preços desde o início da safra.
Coda ressalta que o aumento da matéria-prima e a redução no mix de açúcar no final da safra, quando não correspondidos pela demanda, têm contribuído para a queda nos preços do biocombustível. A expectativa é que essa tendência de baixa perdure, a menos que haja um aumento significativo na demanda.
Em resumo, o mercado de açúcar se encontra em um ponto de inflexão, onde os fundamentos de alta cedem lugar a uma visão mais baixista. A capacidade de exportação do Brasil continua sendo um ponto de volatilidade, fortemente vinculada ao regime de precipitação. A competição não é apenas com outros produtos, mas também com as condições climáticas. A expectativa está voltada para as chuvas de dezembro e o ritmo das exportações no Sul, enquanto o mercado aguarda sinais claros sobre a mitigação do déficit previsto.
Fonte: Portal do Agronegócio
◄ Leia outras notícias