Cana de Açucar

O valor do manejo pré seca em períodos de escassez de água

No Brasil, as condições climáticas adversas no início do 2021 tiveram como consequência uma quebra histórica de produtividade na última safra de cana-de-açúcar da região Centro-Sul


Publicado em: 12/07/2022 às 12:40hs

O valor do manejo pré seca em períodos de escassez de água

O período de estresse hídrico dos últimos anos trouxe grandes desafios para os produtores, especialmente na cultura da cana-de-açúcar. Ao longo da safra 21/22, por exemplo, as secas no País – consideradas as piores dos últimos 90 anos - contribuíram para um déficit global da commodity. No Brasil, as condições climáticas adversas no início do 2021 tiveram como consequência uma quebra histórica de produtividade na última safra de cana-de-açúcar da região Centro-Sul.

Mas o que, de fato, acontece com o cultivo em um período de seca? Quando a planta entra em estresse hídrico ela passa a consumir o que já acumulou ao longo do seu crescimento, visto que a água também atua enquanto solvente para os minerais disponíveis no solo, permitindo a absorção de nutrientes pelas raízes. É por essa razão que esse período pede máxima atenção do produtor pois, como consequência, a escassez hídrica acaba trazendo resultados negativos para a lavoura, causando danos que debilitam o crescimento das raízes e colmos – que armazenam o açúcar, além de acelerar a maturação das plantas, o que pode trazer queda na produtividade e qualidade.  

Sabendo que, ao entrar no período de seca a planta paralisa seu desenvolvimento para ter um gasto mínimo das reservas, e que quando as chuvas retornarem ela precisa retomar seu crescimento e evolução, é essencial garantir que durante a janela de estresse hídrico o vegetal perca o mínimo de suas reservas pois, com isso, a retomada de crescimento será mais favorável. Para que isso aconteça, o manejo pré seca é uma alternativa que dará ao produtor condições de trabalhar a fisiologia da planta em busca da melhor eficiência possível.  

A boa notícia é que no mercado já existem produtos que auxiliam o produtor nesse desafio e apoiam a lavoura trabalhando a fisiologia da planta para que ela seja eficiente no uso de suas reservas. Por meio de soluções que oferecem nutrientes e o balanço de aminoácidos adequados – fósforo, potássio, magnésio e enxofre - a cana consegue ter uma maior atividade fotossintética e enzimática, adquirindo maior tolerância à seca podendo retornar seus processos de absorção de nutrientes com maior rapidez, tornando-se mais resistente aos estresses abióticos, preservando o TCH e ATR do canavial.  

Por essas razões, é fundamental incentivar o produtor rural a estar cada vez mais familiarizado com as fases de desenvolvimento da planta e com as tecnologias que podem fazer a diferença em cada uma delas. Dessa forma, ele estará atento às oportunidades de contribuir com o crescimento do canavial, amenizando as consequências da atuação de fatores externos na cultura, garantindo maior controle de qualidade e melhor produtividade da colheita.  

João Alves é engenheiro-agrônomo, mestre em Sistemas de Produção, com ênfase em nutrição de plantas, e Gerente de Desenvolvimento Técnico de Mercado da Ubyfol.  

Fonte: Ketchum

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