Publicado em: 03/09/2024 às 19:00hs
A escassez de chuvas nas principais regiões canavieiras do Brasil desde o início de agosto trouxe à tona a importância da produtividade dos canaviais, conforme relata um recente relatório do banco holandês Rabobank. Assinado por Andy Duff, estrategista global de açúcar do Rabobank, o documento foi divulgado na sexta-feira, 30 de agosto.
Segundo o relatório, a produtividade no estado de São Paulo sofreu uma queda superior a 15% em julho em comparação com o mesmo período da safra anterior. No entanto, Duff observa que a temporada 2023/24 teve um desempenho “espetacularmente bom”.
Os cálculos do Rabobank mostram que cerca de 50% da área de cana a ser colhida na região Centro-Sul já foi processada, totalizando 332,88 milhões de toneladas até o final de julho, conforme dados da União da Indústria de Cana-de-açúcar e Bioenergia (Unica). Duff questiona quais serão as condições para a cana restante, dada a seca prolongada. “Com a colheita priorizando cana mais jovem e vigorosa, como será a produtividade nos próximos meses?”, indaga o estrategista.
O relatório também aponta que, até o final de julho, a proporção de matéria-prima direcionada à produção de açúcar atingiu 49,2%. A menor pureza média do caldo, abaixo do esperado, tem impacto negativo na produção de açúcar, explicando parcialmente a dificuldade em elevar o mix de açúcar para além de 50%.
Andy Duff, do Rabobank, participará da Conferência NovaCana 2024, que ocorrerá em São Paulo nos dias 9 e 10 de setembro. Ele será um dos palestrantes do painel “SAF: momento para o etanol decolar”. Clique aqui para conferir a programação completa.
O relatório também destaca que o consumo de etanol permanece “robusto”, com o biocombustível hidratado mantendo preços competitivos nos postos. Na região Sudeste, o etanol foi comercializado, em média, a 66% do preço da gasolina, uma condição considerada vantajosa.
Em meados de agosto, a arbitragem entre açúcar e etanol, em termos de açúcar equivalente, foi calculada em 3,1 centavos de dólar por libra-peso, favorecendo o adoçante. Contudo, esse valor representa o menor nível registrado em 2024 até o momento.
Além disso, o preço médio do açúcar total recuperável (ATR) no estado de São Paulo, conforme estabelecido pelo Consecana, está em R$ 1,17/kg até agora na safra 2024/25, ligeiramente abaixo da média de R$ 1,20/kg da temporada anterior. A recuperação dos preços do etanol e a desvalorização do real em relação ao dólar entre abril e julho ajudaram a mitigar o impacto dos preços mais baixos do açúcar para exportação, segundo o Rabobank.
Fonte: Portal do Agronegócio
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