Publicado em: 18/06/2025 às 17:00hs
A Associação dos Defensores do Agro (ADEAGRO) divulgou a última etapa de um estudo inédito sobre o desempenho da produção agrícola em Quirinópolis, importante referência na região. Segundo a pesquisa, a região apresenta um custo de produção 19% menor e produtividade 7% superior em comparação a outras praças tradicionais, como Ribeirão Preto (SP), na safra 2023/24.
Elizabeth Alves, presidente da ADEAGRO, destaca:
“Nosso estudo reforça que a região se destaca não apenas pela produtividade elevada, mas também pelo custo reduzido, posicionando Quirinópolis estrategicamente no cenário nacional do agronegócio.”
Apesar dos custos menores e maior produtividade, o ponto de equilíbrio (breakeven) em Quirinópolis é 8% superior ao de Ribeirão Preto. Isso ocorre principalmente pelo baixo valor pago pelo Açúcar Total Recuperável (ATR), que representa o maior desafio para os produtores da região manterem a atividade sustentável financeiramente.
O estudo evidencia ainda uma discrepância entre o valor do ATR pago em Quirinópolis e o índice oficial divulgado pela CONSECANA/SP, refletindo cenários de rentabilidade distintos. Nos últimos dois anos, esse descolamento aprofundou-se, colocando muitos produtores em situação financeira delicada, comprometendo manejo, investimentos e fluxo de caixa.
Elizabeth Alves alerta:
“Esse impacto tem afetado diretamente as finanças dos produtores e, indiretamente, toda a cadeia produtiva e o comércio local.”
A análise histórica da última década mostra que, devido à valorização dos preços internacionais, as culturas de soja e milho acumularam rentabilidade superior à da cana-de-açúcar.
Na safra 2023/24, em Quirinópolis, a receita anual por alqueire goiano (4,84 hectares) chegou a R$ 6.175 com cana, enquanto a soja alcançou R$ 8.131, considerando uma produtividade média de 67 sacas por alqueire.
Com base nos dados, a pesquisa aponta para decisões estratégicas dos produtores na escolha do cultivo. A soja se mostra mais vantajosa para contratos de curto prazo e retorno rápido, enquanto a cana oferece maior estabilidade e rentabilidade ao longo do tempo, considerando um ciclo produtivo que pode chegar a 10 cortes ou mais para produtores eficientes.
O estudo também destaca a produção de etanol, especialmente relevante para os associados da ADEAGRO. Goiás é o segundo maior produtor nacional, com crescimento de 41% na última década, sendo 22% apenas no etanol de cana, bem acima da média nacional de 2%. O etanol de milho teve um aumento ainda mais expressivo: 297% entre 2018 e 2024.
Apesar do crescimento previsto para o etanol de cana, o estudo projeta uma perda de market share para o etanol de milho, que deve subir de 17% em 2023 para 33% em 2034, reduzindo a participação da cana de 83% para 67% no período.
Elizabeth Alves ressalta que o estudo da ADEAGRO oferece uma visão clara dos desafios e oportunidades para produtores e investidores da região:
“Com a expansão da produção de etanol em Goiás e o desempenho superior da soja e milho em rentabilidade, podemos traçar estratégias que garantam segurança e informação para o crescimento sustentável da agricultura local.”
Fonte: Portal do Agronegócio
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