Cana de Açucar

Déficit Hídrico e Perdas Bilionárias Atingem Safra de Cana-de-Açúcar no Brasil

Seca severa e incêndios impactam produção em São Paulo e Mato Grosso do Sul, enquanto qualidade da matéria-prima melhora


Publicado em: 28/10/2024 às 11:20hs

Déficit Hídrico e Perdas Bilionárias Atingem Safra de Cana-de-Açúcar no Brasil

A safra de cana-de-açúcar no Brasil enfrenta um cenário desafiador, marcado por perdas bilionárias e o maior déficit hídrico dos últimos 25 anos, especialmente nos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul. A produção e a produtividade foram severamente afetadas pela falta de chuvas, enquanto a qualidade da matéria-prima (ATR) demonstrou melhora.

Segundo Plinio Nastari, presidente da Datagro, os incêndios que atingiram lavouras paulistas entre agosto e setembro resultaram em prejuízos superiores a R$ 10 bilhões, um valor que supera consideravelmente os R$ 6,5 bilhões oferecidos pelo governo federal para recuperar as áreas danificadas.

Dados do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) revelam que, entre outubro de 2023 e setembro de 2024, a região sul do setor registrou um déficit hídrico sem precedentes em 25 anos, o que prejudicou o desenvolvimento dos canaviais. Ainda assim, a produtividade acumulada da safra atingiu 83,2 toneladas por hectare, um número que está em linha com a média das últimas dez safras (79,7 toneladas por hectare).

Entretanto, o desempenho produtivo de setembro apresentou uma queda expressiva em relação ao mesmo período do ano anterior, caindo de 83,4 para 69,7 toneladas por hectare. Em contrapartida, a qualidade do açúcar total recuperável (ATR) por tonelada de cana aumentou devido à falta de chuvas, alcançando 136,7 kg, ligeiramente acima da safra passada.

Em Mato Grosso do Sul, o cenário também é desafiador. O índice de ATR de setembro aumentou 1%, subindo de 146,5 para 147,9. Contudo, a produtividade registrou uma queda acentuada de 20%, indo de 81,6 para 65,5 toneladas por hectare. No acumulado anual, houve uma redução de 10% na produtividade, passando de 86,4 para 77,8 toneladas por hectare.

Esses dados refletem um cenário complexo para o setor sucroalcooleiro brasileiro, que lida com impactos climáticos adversos e busca soluções para mitigar prejuízos econômicos e ambientais.

Fonte: Portal do Agronegócio

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