Cana de Açucar

Comerciantes de açúcar estão divididos sobre perspectiva de preço

Comerciantes de açúcar estão divididos sobre as perspectivas dos preços e esperam um superávit esse ano


Publicado em: 14/02/2014 às 12:50hs

Comerciantes de açúcar estão divididos sobre perspectiva de preço

Treze dos 28 comerciantes pesquisados na conferência anual de açúcar, em Dubai, que começou no dia oito de fevereiro, disseram que estavam otimistas sobre o açúcar bruto este ano. Futuros negociados em New York, caíram nos últimos três anos, a mais longa série de derrotas em mais de duas décadas. Um quarto ano de queda nos preços seria o maior período, desde 1965. As informações estão nesta quarta-feira (12/2), no portal americano especializado em economia, Bloomberg.

A reportagem do site diz que o clima seco no Brasil deve reduzir a produção na principal região produtora do país, em pelo menos 5%, de acordo com a Ecom Agroindustrial Corp, com sede na Suiça, mas que tem escritório no país sul-americano. A produção mundial será de 2,1 milhões de toneladas, maior do que o consumo na temporada de 2014/2015, que começa em outubro, um quinto ano de excedentes, diz Kingsman, uma unidade da McGraw Hill Financial Inc. ´s Platts. "Este será um ano de transição, em que o mundo ainda vai digerir a questão dos estoques elevados, com baixos preços locais. Vamos ver uma reviravolta quando os preços domésticos começam a se recuperar", contou Paulo Roberto de Souza, diretor executivo da empresa Copersucar SA, sediada em São Paulo, em uma entrevista realizada ontem, em Dubai.

A matéria diz ainda que os estoques mundiais de açúcar vão subir para um recorde de 43,4 milhões de toneladas na campanha de 2013/2014, de acordo com as estimativas do departamento de Agricultura dos EUA, em novembro. Estoques indianos subirão para 9,8 milhões de toneladas a partir de 30 de setembro, de 9,3 milhões de toneladas registrado em 01 de outubro de 2013, de acordo com a Indian Sugar Mills Association de Nova Délhi. Na China, as reservas eram 6,5 milhões de toneladas no final de 2013, segundo Liu Hande, CEO de Guangdong Zhongqing Grupo Açúcar e vice-diretor-geral da China Sugar Association. "Se você assumir que o mundo está muito abastecido, porque os estoques são relativamente pesados, ainda após os últimos anos de superávits e preços relativamente baixos, eu acho que, a média será de 40%, então levanta a suspeita de que ganhou o suficiente para resolver o excedente, adicionando demanda", disse Carello de Olam. "Por isso, precisa destruir a oferta e a maneira mais fácil de destruir a oferta. Seria para produzir etanol no Brasil", disse ele.

Moleiros brasileiros provavelmente vão manter direcionando mais cana para a fabricação de etanol no ano que vem, especialmente se o governo aumentar a quota de mandato do biocombustível na gasolina para 27,5%, de 25% atuais, de acordo com Luis Roberto Pogetti, presidente da Copersucar SA. Processadores no centro sul, alcançaram 54,7% de toda a cana colhida de 1 de abril a 15 de janeiro, quando a maioria das usinas tinham fechado a temporada, para fazer o biocombustível, segundo mostraram os dados. Isso é acima de 50,4% do ano anterior. O fenômeno climático El Nino, que poderia trazer chuvas para o Brasil no início da temporada, também poderia acrescentar aos atrasos na colheita e reduzir o tempo disponível para processamento, de acordo com a Copersucar.

Fonte: Jornal do Brasil

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