De acordo com levantamento da Safras Consultoria, as vendas da safra de café 2023/24 do Brasil alcançaram 84% do potencial até o último dia 12 de março, representando um avanço de 5 pontos percentuais em relação ao mês anterior. No entanto, os números permanecem ligeiramente abaixo da média de 5 anos para o mesmo período.

A estimativa da Safras & Mercado para a safra 2023/24 é de 65,53 milhões de sacas, das quais já foram comercializadas 55,03 milhões de sacas. Segundo o consultor da Safras, Gil Barabach, o mercado apresenta menor volatilidade, com os preços se mantendo estáveis enquanto aguardam novidades no panorama fundamental.

No que diz respeito à safra 2024/25, as vendas antecipadas estão em torno de 11% do potencial produtivo, abaixo da média para o período, semelhante ao ano anterior. A comercialização do café arábica representa 14% da safra, enquanto o conilon atinge 6%, ambos abaixo da média histórica.

Barabach destaca que a comercialização da safra 2024/25 está mais lenta devido ao preço elevado do conilon, o que tem afugentado os compradores domésticos. Além disso, os produtores demonstram resistência às negociações a termo, devido à memória recente de preços abaixo do mercado na safra anterior.

A projeção de La Niña para o segundo semestre deste ano e a expectativa de uma safra maior em 2024 aumentam a incerteza entre os produtores, que preferem segurar as vendas da nova safra. No entanto, espera-se que o interesse do vendedor aumente com a entrada dos primeiros lotes de café no mercado, combinado com a necessidade de capital para cobrir as despesas com a colheita.