Publicado em: 12/07/2022 às 18:20hs
Os comerciantes normalmente vendem grãos de café arábica verde armazenados em armazéns nos Estados Unidos para torrefadores com um prêmio em relação aos futuros de café negociados na bolsa ICE de Nova York. Os diferenciais aumentaram substancialmente nos últimos meses para tipos de alta qualidade anteriormente importados de países como Guatemala e Colômbia, com torrefadores competindo pelo fornecimento.
Os prêmios são tão altos que estão compensando uma recente retração nos futuros do café. O arábica na ICE caiu de um pico de onze anos de US$ 2,60 por libra-peso em fevereiro para cerca de US$ 2,20 na quinta-feira.
Por exemplo, arábicas finos da Guatemala estão sendo comprados a cerca de 67 centavos de dólar sobre os futuros, o maior de todos os tempos, de acordo com fontes do setor e dados compilados pela Refinitiv. Como comparação, eles estavam em 47 centavos sobre os futuros de um ano atrás.
"Se você combinar o mercado alto (de futuros) com os diferenciais elevados, esses são alguns dos preços mais altos de torrefação que já vimos", disse um corretor de um dos maiores importadores de café dos EUA.
Referência Os arábicas colombianos estão sendo vendidos no mercado spot local dos EUA por cerca de 85 centavos de dólar sobre os futuros, o maior prêmio para esse café desde 2009. Eles estavam em 65 centavos um ano atrás.
Traders disseram que os diferenciais mais altos refletem preços mais altos por parte dos agricultores nos países produtores, aumento dos custos para transportar o produto para os Estados Unidos e custos mais altos de manuseio quando o café chega ao país.
O aquecido mercado spot dos EUA causou alguns movimentos incomuns, como um acordo recente para trazer café verde de armazéns na Europa para o mercado dos EUA, onde os estoques certificados estão nos níveis mais baixos em 23 anos.
Os preços altos parecem estar prejudicando a demanda, disseram traders, o que pode fazer com que os preços caiam nos próximos meses, à medida que a economia desacelera em todo o mundo.
Os preços também podem cair no próximo ano se a produção se recuperar no Brasil, onde as árvores parecem saudáveis novamente após geadas e uma seca severa no ano passado.
“A maior parte da ênfase está no potencial para a safra 2023/24 do Brasil”, disse Harris Haase, chefe da Cardiff Coffee Trading, com sede na Califórnia. "Se realmente estiver na faixa de 76 a 80 milhões (sacos), é difícil ver como esse mercado não cai", disse Haase.
Fonte: Reuters
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