Publicado em: 19/08/2024 às 10:00hs
Os cafeicultores da região das Matas de Minas estão prestes a receber um avanço significativo em tecnologia agrícola com o lançamento de um sistema digital de previsão de safra. O projeto é conduzido pela Epamig – Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais, em parceria com o Sistema Faemg Senar, e visa fornecer uma ferramenta que permitirá aos produtores estimar com precisão suas safras.
O desenvolvimento do sistema exige a coleta de um extenso banco de dados, que está sendo reunido em várias etapas. Uma das etapas iniciais incluiu a instalação de 16 estações meteorológicas para registrar dados climáticos essenciais, como temperatura, umidade relativa do ar, velocidade do vento e radiação solar na região das Matas de Minas.
Tadeu Otoni, cafeicultor e técnico de campo do Programa de Assistência Técnica e Gerencial - ATeG Café+Forte, do Sistema Faemg Senar, é um dos primeiros produtores a receber o novo equipamento. Otoni destaca a importância do projeto, afirmando que “participar do projeto é uma maneira de contribuir para o desenvolvimento da nossa cafeicultura com informações úteis para muitos. O sistema atenderá a uma necessidade dos produtores rurais.”
O técnico de campo ressalta que os dados obtidos serão fundamentais para orientar os cafeicultores atendidos pelo programa ATeG. “Acesso a informações confiáveis é crucial para a tomada de decisões dos produtores. Conhecer, por exemplo, a quantidade e o período de chuvas, e se a umidade do solo está adequada para a adubação, são grandes benefícios.”
Sobre o projeto, Fábio Tancredi, pesquisador da Epamig, explica que o banco de dados incluirá informações de campo, dados climáticos, imagens de drones e satélites das lavouras monitoradas, além de dados históricos. “Todas essas informações serão integradas à inteligência artificial que está sendo desenvolvida para prever a safra”, explica Tancredi.
Ele destaca que “o projeto é complexo e trabalhoso, envolvendo diversas variáveis. No campo, serão realizadas análises vegetativas, morfoagronômicas, nutricionais e climáticas. Esses dados serão associados a análises computacionais, como programação e interpretação de imagens.”
A precisão do modelo de previsão da safra dependerá da robustez e da completude dos dados coletados. Marcos Reis, gerente do Sistema Faemg Senar em Viçosa, confirma que “já fornecemos uma base de dados à Epamig, que está realizando as medições e análises necessárias.”
Tancredi finaliza, ressaltando a importância das parcerias: “Ter colaboradores como o Sistema Faemg Senar, a Emater e os próprios produtores rurais é fundamental para treinar a inteligência artificial com assertividade. A qualidade da previsão dependerá do banco de dados que está sendo criado com informações passadas, presentes e futuras das propriedades.”
Fonte: Portal do Agronegócio
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