Publicado em: 09/09/2025 às 19:40hs
O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) afirmou nesta terça-feira (9) que reexportar café brasileiro por meio de outros países não é uma estratégia viável para driblar as tarifas impostas pelos Estados Unidos. A medida, cogitada por parte do setor, foi descartada pelo presidente da entidade, Márcio Ferreira.
Segundo ele, a prática poderia ser facilmente identificada pelo governo norte-americano. “Não vemos essa possibilidade. Isso foi algo que já foi ventilado desde o início”, destacou.
Em vigor desde 6 de agosto, as tarifas de 50% determinadas pelo presidente Donald Trump sobre diversos produtos brasileiros, incluindo o café, têm afetado de forma significativa a indústria nacional, sobretudo a de café solúvel.
De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics), as exportações do segmento para os Estados Unidos recuaram 59,9% em agosto, somando 24.460 sacas de 60 quilos, contra 65.914 no mesmo período de 2024.
“Isso é prejudicial não apenas para nossas indústrias, mas também para nossos parceiros comerciais nos Estados Unidos”, afirmou Aguinaldo Lima, diretor executivo da Abics.
A Organização Internacional do Café (OIC) e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) já haviam alertado para os reflexos globais das tarifas norte-americanas, indicando que os preços internacionais poderiam subir.
No mercado interno, a preocupação também é crescente. O Brasil, que ocupa a posição de segundo maior consumidor de café do mundo, pode enfrentar impactos inflacionários.
“O café está ficando mais caro para os consumidores novamente, e isso está gerando reclamações. Essa pressão de custos tende a contribuir diretamente para a inflação no país”, afirmou Célirio Inácio, diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic).
Fonte: Portal do Agronegócio
◄ Leia outras notícias