Café

Semiárido mineiro já tem tecnologia para produção de cafés de qualidade

A cultivar Catiguá MG2, recomendada para a produção de cafés especiais, após cinco anos de experiência, demonstrou boa adaptabilidade ao solo e clima da região


Publicado em: 09/07/2013 às 09:20hs

Semiárido mineiro já tem tecnologia para produção de cafés de qualidade

Em pleno Vale do Jequitinhonha, uma das regiões mais secas de Minas Gerais, na cidade de Aricanduva, a cerca de 450 km de Belo Horizonte, a fazenda Alvorada comprova que a pesquisa é capaz de transformar em realidade o que poderia parecer no mínimo improvável. A cultivar Catiguá MG2, recomendada para a produção de cafés especiais, após cinco anos de experiência, demonstrou boa adaptabilidade ao solo e clima da região.

“É um material com grãos menores, mas que se destaca pela qualidade da bebida. Aparentemente, é uma planta pouco exigente à nutrição”, explica o pesquisador da EPAMIG Antônio Pereira. Para o cafeicultor Sérgio Meirelles Filho, proprietário da Fazenda Alvorada, a Catiguá MG2 é uma oportunidade para a região se destacar na produção de café gourmet. “Essa variedade obteve 83 pontos em análise de cupping feita pela Ally Coffee (exportadores norte-americanos de café do Brasil), de acordo com a metodologia Specialty Coffee Association of América (SCAA)”. Sérgio disse que a bebida tem um gosto mais adocicado e um amargor diferente dos grãos cultivados até então na região.

Para difundir a Catiguá MG2 na região, a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) realizou um dia de campo para cafeicultores locais. Entre os participantes estava o cafeicultor Osvaldo Cordeiro. Ele ainda colhe o café manualmente, mas disse que a falta de mão de obra força a busca por alternativas. “Ainda não conhecia essas novas cultivares. Elas podem ser sim uma opção para lavouras como a minha, em área um pouco montanhosa”, afirmou.

Para o coordenador do Núcleo Tecnológico EPAMIG Café, César Botelho “a região tem potencial para produção de cafés especiais, mas para isso é preciso intensificar os estudos de adaptação de tecnologias que deram certo em outras regiões, incluindo as tecnologias para pós-colheita”.

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