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Safra de café 2025 apresenta queda no arábica e alta no conilon, com clima determinante

Colheita brasileira se aproxima do fim com desempenho desigual entre espécies e impacto direto das variações climáticas


Publicado em: 18/08/2025 às 16:30hs

Safra de café 2025 apresenta queda no arábica e alta no conilon, com clima determinante
Foto: Freepik

A safra de café 2025 no Brasil está chegando ao fim com resultados distintos para as duas principais espécies cultivadas: o arábica e o conilon (canephora/robusta). Embora a Conab tenha projetado, em maio, um crescimento de 2,7% na produção total em relação a 2024, os números atuais mostram um panorama mais complexo.

Queda na produção do arábica

O café arábica foi o mais afetado nesta safra, com queda estimada de 6,6% na produção. O resultado é atribuído à bienalidade negativa e a um período prolongado de seca, que prejudicou o desenvolvimento dos grãos. Produtores já relatam perdas significativas de renda, indicando que o volume final pode ser menor do que o previsto.

Conilon mantém crescimento expressivo

Por outro lado, o café conilon confirmou expectativas de alta, com crescimento próximo de 27,9%, contribuindo para sustentar o volume total da safra. Segundo dados da Safras & Mercado, a colheita nacional está 94% concluída, com o conilon mantendo bons resultados e o arábica em 91%.

Variabilidade climática impacta produtividade

Para a meteorologista Gabryele de Carvalho, da AtmosMarine, a safra evidencia como o clima influencia diretamente a produção:

"Tivemos períodos de chuva acima da média em regiões-chave, beneficiando o conilon, mas também enfrentamos estiagens prolongadas em áreas de arábica, impactando a formação e a qualidade dos grãos."

Dados do INMET apontam que, em maio, o Sul de Minas e litoral do Espírito Santo registraram chuvas acima da média, enquanto Rondônia e Paraná tiveram déficit hídrico. Em junho, o cenário se inverteu, com precipitações acima da média no Sudeste e Sul, incluindo Espírito Santo, Sul de Minas, São Paulo e Paraná. Em julho, a maior parte das regiões produtoras apresentou índices dentro da média histórica, exceto o Paraná, que seguiu com chuvas abaixo do normal.

Previsão climática para agosto

Para agosto, espera-se manutenção das precipitações dentro da média na maior parte do país, com possibilidade de chuvas acima do normal no norte de São Paulo, Espírito Santo, Bahia e Rondônia. O Paraná deve continuar com índices abaixo da média, enquanto Rondônia deve registrar entre 60mm e 80mm, e Espírito Santo, norte de São Paulo, sul da Bahia e Minas Gerais devem receber cerca de 60mm.

Fonte: Portal do Agronegócio

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