Publicado em: 04/12/2025 às 11:40hs
A produção de café no Brasil está estimada em 56,5 milhões de sacas de 60 quilos em 2025, de acordo com o 4º Levantamento de Café, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Mesmo em um ano de bienalidade negativa, o resultado representa a terceira maior safra da série histórica, ficando atrás apenas dos anos de 2020 e 2018, ambos marcados por ciclos de alta produtividade.
O volume projetado corresponde a uma alta de 4,3% em relação a 2024, resultado da combinação entre melhor desempenho produtivo e pequena redução de 1,2% na área cultivada, estimada em 1,85 milhão de hectares. A produtividade média nacional deve atingir 30,4 sacas por hectare, impulsionada, principalmente, pelo bom rendimento das lavouras de conilon (robusta).
A produção de café conilon em 2025 deve atingir 20,8 milhões de sacas, um novo recorde histórico segundo a Conab. O resultado supera a marca de 2022, quando foram colhidas 18,2 milhões de sacas, e representa um crescimento de 42,1% em relação à safra anterior.
O desempenho é atribuído às condições climáticas favoráveis e à regularidade na formação dos frutos, o que garantiu plantas vigorosas e elevada carga produtiva.
No Espírito Santo, maior produtor de conilon do país, a colheita deve chegar a 14,2 milhões de sacas, alta de 43,8% em comparação a 2024. Na Bahia, a produção está estimada em 3,29 milhões de sacas, avanço expressivo de 68,7%. Já em Rondônia, a expectativa é de 2,32 milhões de sacas, crescimento de 10,8% sobre o ano anterior.
Diferente do conilon, o café arábica deve apresentar queda de 9,7% na produção em 2025, com colheita estimada em 35,76 milhões de sacas. A retração é explicada pela bienalidade negativa, ciclo natural que reduz o vigor produtivo das plantas, e por períodos de seca prolongada, que afetaram o desenvolvimento das lavouras em importantes regiões produtoras.
A área em produção caiu 1,5%, totalizando 1,49 milhão de hectares, enquanto a produtividade média recuou 8,4%, ficando em 24,1 sacas por hectare.
Em Minas Gerais, principal estado produtor de arábica, a safra é estimada em 25,17 milhões de sacas, redução de 9,2% em relação a 2024. Em São Paulo, a colheita deve cair 12,9%, alcançando 4,7 milhões de sacas, reflexo da estiagem e das altas temperaturas. Já na Bahia, o cenário é positivo, com crescimento de 2,5%, chegando a 1,14 milhão de sacas, destaque para a região do Cerrado, que registra aumento de 18,5%.
Entre janeiro e outubro de 2025, o Brasil exportou 34,2 milhões de sacas de 60 quilos de café, queda de 17,8% em relação ao mesmo período de 2024, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). A redução é atribuída à menor disponibilidade de estoques no início do ano, após o recorde de embarques registrado em 2024, que atingiu 50,5 milhões de sacas.
Apesar da queda no volume exportado, o valor total das exportações somou US$ 12,9 bilhões nos dez primeiros meses de 2025 — o maior já registrado, mesmo antes do fechamento do ano. O resultado foi impulsionado pela alta nos preços internacionais do café, que compensou a redução no volume embarcado.
Mesmo com a expectativa de crescimento na produção mundial na safra 2025/26, não são previstas quedas expressivas nos preços do café. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) aponta que os estoques globais remanescentes estão em seu menor nível em 25 anos, estimados em 21,8 milhões de sacas de 60 quilos no início da nova temporada.
Esse cenário de estoques reduzidos deve manter o mercado internacional aquecido e contribuir para a valorização do café brasileiro, especialmente nas exportações.
Fonte: Portal do Agronegócio
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