Publicado em: 06/07/2022 às 16:40hs
A Fundação Procafé atualizou nesta quinta-feira (30) o andamento da safra 22 nas principais áreas de produção de café arábica do Brasil. De acordo com informações de Alysson Fagundes e Alexandre Pedrosa, ambos da Fundação Procafé, o cenário da safra 22 continua sendo de pouco café para a colheita.
Alysson destacou, mais uma vez, que o setor de forma geral está considerado que a colheita está atrasada, mas na visão da Fundação, a realidade continua sendo de menos café do que o previsto anteriormente após seca prolongada e as geadas do ano passado. "Não sei quando a colheita vai adiantar, a safra está andando, entrando em julho e essa safra não chega nos armazéns. O que todo mundo está perguntando é cadê o café?", comenta no bate-papo.
Há alguns meses a Fundação Procafé demonstra preocupação com o tamanho da safra de café arábica na Alta Mogiana, sul de Minas Gerais e Cerrado Mineiro. Além da falta de café, o engenheiro agrônomo afirma que problemas com grão chocho e moca também passaram a fazer parte dos relatos dos produtores em boa parte do parque cafeeiro.
O médio e grande produtor ainda está avançando com a safra, mas segundo a Procafé, boa parte dos pequenos produtores já finalizaram a safra. "O que chama atenção é que mesmo o grande e médio produtor vem alertando sobre a quantidade de café ainda mais baixa. Lá trás o produtor chegou e teve um efeito psicológico, agora estamos vendo outra realidade", comenta.
Já com relação ao café sendo colhido, Alysson destaca que o fator positivo é que a carga foi menor, mas o café aparentemente está mais pesado. "O rendimento não está tão ruim, apesar o percentual maior de moca. O que está realmente ruim é a quantidade de fruto colhido, isso que está surpreendendo muito negativamente", complementa.
As cooperativas nas principais áreas de produção de café arábica afirmam que a colheita está mais atrasada em relação aos últimos anos. Nas áreas de colheita semi ou 100% manual há preocupação com a mão de obra, enquanto nas áreas mecanizadas devido as condições do fruto, o produtor está precisando passar duas vezes com a máquina na mesma área.
No mesmo episódio os especialistas abordaram ainda a importância do produtor realizar um planejamento de colheita já pensando na safra do ano que vem.
Alysson destacou que o produtor que pensa em começar uma nova área ou fazer a renovação da lavoura precisa começar esse planejamento agora a partir da escolha de cultivares. O momento é ideal para corrigir erros observados nas safras anteriores e a orientação é que produtor faça uso de cultivares precoces, intermediárias e tardias.
Os dados da Procafé mostram ainda que atualmente 82% do parque cafeeiro é composto com Mundo Novo e Catuaí, justamente as duas cultivares com características de precoce e tardia.
Já para o produtor que possui a mesma variedade em 100% da área, a orientação é a aplicação de maturador e assim ajudar a transformar a propriedade com frutos nos três estágios. "O maturador trabalha maravilhosamente bem nessa situação. Em diversos locais tem isso com grande sucesso", complementa Alysson.
Os especialistas deram ainda orientações para o produtor que pretende fazer a poda. Segundo Alysson, esse produtor precisa estar com a lavoura varrida até a segunda quinzena de julho, no máximo na primeira quinzena de agosto.
"Por que se não tiver sucesso da poda, se não fizer a poda cedo, condena safra futura. Quem trabalha com sistema safra zero ou podas mais frequentes, precisa estar com esse planejamento pronto agora", complementa.
Segundo Alysson, quando o produtor opta por fazer a poda tardia, em meados de outubro, a ação acaba afetando diretamente a produtividade do ano seguinte. A poda após o mês de agosto é indicada apenas para o produtor que observar problema estrutural na lavoura.
Fonte: Procafé
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